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A Rússia se apresenta como “luz para o mundo” em conferência pró-família

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Josh Craddock - publicado em 25/09/14

Encontro em Moscou acontece em meio ao contexto de sanções internacionais contra o país comandado por Vladimir Putin

Para quem cresceu durante a Guerra Fria, a idéia de que cristãos ocidentais fossem especialmente convidados para um congresso no Kremlin parece impensável. Mas foi esta a cena vista no Fórum Internacional sobre Famílias Numerosas e sobre o Futuro da Humanidade, realizado em Moscou nos dias 10 e 11 setembro.

Mais de mil participantes pró-vida e pró-família viajaram de todo o mundo para participar do Fórum, encabeçado por ministros da Rússia e pelo patriarca ortodoxo russo Kirill I.

O evento contou com o apoio entusiástico do governo russo, que permitiu a realização da conferência no Palácio do Kremlin e na icônica Catedral do Cristo Salvador. O presidente Vladimir Putin chegou a enviar uma saudação aos participantes da conferência, lamentando "a grande crise demográfica da Rússia" e a "erosão global dos valores morais".

Konstantin Malofev, presidente da Fundação São Basílio Magno, disse durante o encontro que a Rússia enxerga a si mesma como um baluarte na defesa do cristianismo tradicional contra o humanismo laicista importado do Ocidente.

"Todos estamos testemunhando um triunfo sem precedentes da ortodoxia, que não era visto desde a antiguidade", disse Malofev. "E desejamos o mesmo para a Europa. Nos últimos anos, a Rússia aprovou leis que proíbem a propaganda do aborto e a promoção da homossexualidade entre os menores. Não é como o caso dos nossos amigos ocidentais, que impõem a cultura da morte", acrescentou. "Alguns colegas ocidentais adotaram a prática diplomática de enviar diretrizes às embaixadas para apoiar unidades familiares não tradicionais em todo o mundo. Parece-me que o Ministério das Relações Exteriores da Rússia poderia responder adequadamente enviando de volta as suas diretrizes de apoiar as unidades familiares tradicionais e os valores da família".

A Rússia se considerou uma nação cristã durante mais de mil anos, o que empalidece, em termos relativos, a duração da sua experiência de 70 anos com o comunismo ateu. Ao longo dos últimos 25 anos, a Rússia restaurou ou construiu mais de 25.000 igrejas e 800 mosteiros.

Naturalmente, a conferência não deixou de envolver controvérsias. Vladimir e Natalya Yakunin, que co-patrocinaram o evento através da Fundação Santo André, são conhecidos por fazer parte do círculo íntimo do presidente Putin e estão atualmente sob sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia.

Elena Mizulina, parlamentar e membro da Comissão do Fórum, também enfrenta sanções dos EUA atribuídas oficialmente à atual situação na Ucrânia. Mizulina é conhecida por defender na Duma as leis de proteção da família e de restrição do aborto, o que leva não pouca gente a acreditar que as sanções impostas a ela pelo governo Obama são, na verdade, resultado de motivações políticas e ideológicas.

De fato, por influência de grupos pró-LGBT, como a Campanha de Direitos Humanos, os líderes pró-família Don Feder e Larry Jacobs, da Conferência Mundial das Famílias, estão sendo investigados pelo Departamento de Estado norte-americano a fim de se determinar se a participação deles no Fórum viola as sanções impostas pelos EUA.

Mesmo tendo diferentes pontos de vista sobre temas polêmicos, como a crise na Ucrânia, os participantes do Fórum se uniram em solidariedade na defesa da família natural e da santidade da vida. No encerramento da conferência, a comissão organizadora ratificou uma declaração que afirma que "a preservação da humanidade se baseia num sistema de laços familiares formados através dos laços do matrimônio entre um homem e uma mulher e os filhos nascidos deles".

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