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Após seis anos Obama, católicos norte-americanos se voltam para a direita

Barack Obama 003 – pt

Peter Souza

Mark Stricherz - publicado em 25/09/14

Segundo pesquisa, o apelo dos liberais democratas perdeu força junto aos hispânicos

Os católicos norte-americanos têm pendido acentuadamente para o Partido Republicano desde que o presidente Barack Obama, do Partido Democrata, assumiu o cargo em 2009, de acordo com uma nova pesquisa do Pew Research Center.

Os eleitores brancos católicos foram o segmento que mais se voltou para a direita. 53% deles disseram identificar-se mais ou tender a votar nos republicanos. Há cinco anos, o mesmo segmento estava quase igualmente dividido entre republicanos e democratas. Em 1992, 57% do grupo se identificava mais com os democratas.

Entre os católicos hispânicos também vem crescendo a quantidade de eleitores propensos a votar no Partido Republicano, embora a maioria deles ainda prefira os democratas. Cinco anos atrás, os democratas mantinham a grande vantagem de 79% das preferências eleitorais deste grupo. Nesta pesquisa, a vantagem democrata caiu 12 pontos percentuais, para 67%.

Apesar da mudança da tendência política dos católicos, os democratas mantêm uma leve liderança entre os eleitores católicos em vista das próximas eleições para o Congresso norte-americano. Ao responder em qual partido votarão nas eleições de 2014, 48% dos católicos afirmaram que votarão num democrata como candidato do seu distrito, contra 44% que votarão num republicano. Em comparação, Obama tinha conquistado 50% dos eleitores católicos em 2012, segundo o Instituto Pew.

Publicada nesta segunda-feira, a pesquisa do Pew Research Center levou em consideração, também, a postura dos norte-americanos quanto à religião e ao laicismo. 72% dos entrevistados acharam que a religião está perdendo influência na vida norte-americana, um salto de cinco pontos em comparação com 2010. 49% disseram que as igrejas e os locais de culto deveriam abordar questões sociais e políticas.

Embora os eleitores católicos registrados tenham se mostrado mais propensos a votar nos republicanos, eles não concordam em peso com a oposição do partido ao casamento gay.

A metade dos católicos brancos entrevistados se disse a favor de que "os gays e as lésbicas se casem legalmente". 38% se disseram contrários. Estes números indicam que a atitude dos católicos brancos quanto ao casamento gay é mais liberal do que a postura de outros norte-americanos. 49% por cento dos americanos em geral disseram apoiar o casamento gay, contra os 41% que se opõem a ele. Estes números, ainda assim, representam uma ligeira queda no apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo por parte da população dos EUA.

Notável parcela dos católicos também manifestou posturas próprias da ideologia democrata quanto à questão de as empresas terem ou não a obrigação de prestar serviços a casais do mesmo sexo. 57% disseram que uma empresa não pode ser obrigada por lei a atender clientes homossexuais, mas 40% acharam que ela tem o dever de atendê-los. Entre os americanos em geral, esses índices ficaram, respectivamente, em 47% e 49%.

A pesquisa não pediu que os norte-americanos entrevistados apresentassem as suas visões políticas, mas aponta motivos para o descontentamento dos católicos com o governo Obama.

Os entrevistadores perguntaram se os entrevistados percebem o governo como amigável, neutro ou hostil à religião. Entre os católicos brancos, 36% disseram que o governo é hostil, um salto de 19 pontos percentuais na comparação com 2009. Entre os católicos em geral, apenas 30% disseram que o governo de Barack Obama é amigável com a religião, uma queda de oito pontos percentuais. Não há números sobre a opinião dos católicos hispânicos em 2009.

Quanto à máquina do governo federal, os brancos católicos tendem a considerar que ela se tornou grande demais. 61% acham que o governo deveria ser menor e oferecer menos serviços. Apenas um terço acha que o governo deveria ser maior e oferecer mais serviços. Por outro lado, 72% dos católicos hispânicos opinaram que o governo deveria prestar mais serviços.

A pesquisa foi feita com 2.002 cidadãos norte-americanos entre 2 e 9 de setembro, por telefone. Cerca de 700 entrevistados não tinham telefone fixo e foram contatados por celular.

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