Entre as vítimas, cinco teriam sido decapitadas - o civil, as mulheres e um outro combatente curdo
As forças curdas, apoiadas pela aviação da coalizão internacional, defendiam com unhas e dentes nesta quarta-feira a cidade estratégica de Kobane, no norte da Síria, do ataque dos jihadistas do Estado Islâmico (EI).
Nos arredores de Kobane, o EI teria executado dez pessoas, incluindo um civil e três mulheres combatentes curdas, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Entre as vítimas, cinco teriam sido decapitadas – o civil, as mulheres e um outro combatente curdo.
Além disso, na cidade síria de Homs (centro) cerca de 40 pessoas, sendo 30 crianças, morreram em um duplo atentado diante duas escolas.
Os Estados Unidos, que seguem com seus ataques aéreos no Iraque para ajudar as tropas federais e curdas a repelir os jihadistas, avisaram que não seria "nem fácil, nem rápido" vencer este grupo extremista sunita que controla grandes áreas na Síria e no Iraque.
De acordo com o OSDH, os combates são intensos entre membros do EI e combatentes das Unidades de Proteção do Povo (YPG, a principal milícia curda síria), que defendem "ferozmente" Kobane (nome curdo para Ain al-Arab em árabe), na fronteira com a Turquia.
"Há apenas 3 km separando os jihadistas" desta que é a terceira maior cidade curda na Síria, cuja tomada permitiria ao EI controlar sem interrupção uma longa faixa de território ao longo da fronteira com a Turquia, segundo a OSDH.
"Embora em menor número e em armamento, os combatentes curdos se recusam a se retirar", declarou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman. "Para eles, é uma questão de vida ou morte".
Os YPG receberam o apoio de caças da coalizão liderada pelos Estados Unidos, que realizaram ao menos cinco ataques contra as posições do EI a leste de Kobane, sitiada pelos jihadistas, segundo o OSDH. Pelo menos oito jihadistas foram mortos.
Apesar destes ataques, os jihadistas continuam a lançar foguetes contra a cidade, onde ainda há milhares de civis, segundo o OSDH, após a fuga para a Turquia de mais de 160 mil moradores de Kobane e de aldeias vizinhas tomadas pelos jihadistas.
Crianças mortas em Homs
Os combates prosseguem com curdos subindo no topo de uma colina do lado turco da fronteira, que domina Kobane. "A resistência continua, mas se Kobane cair, será uma catástrofe", preocupa-se um deles, Anter Oz.
Ancara, que reforçou a sua presença militar na fronteira de Mursitpinar, finalmente apresentou um projeto autorizando uma intervenção de seu exército no Iraque e na Síria, junto com a coalizão liderada por Washington. O Parlamento turco debaterá a questão na quinta-feira.
Mas o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu aos países ocidentais que encontrem uma solução a longo prazo para a crise, afirmando que lançar "toneladas de bombas" contra o EI é apenas uma solução temporária.
O crescimento na Síria do grupo ultrarradical, responsável pelas mais diversas atrocidades, eclipsou a guerra entre os rebeldes e o regime sírio de Bashar al-Assad. O EI combate tanto os rebeldes quanto exército sírio.
Ainda na Síria, na cidade de Homs (centro), controlada em grande parte pelo regime, pelo menos 39 pessoas, incluindo 30 crianças, foram mortas em um duplo atentado com carro-bomba em frente a duas escolas do bairro de Akrama, habitado principalmente por alauítas, um ramo do xiismo ao qual pertence o presidente Assad, de acordo com o OSDH.
O modus operandi do ataque se assemelha ao do EI ou da Frente al-Nosra, o ramo sírio da Al-Qaeda, também envolvido na guerra na Síria.
Novos ataques no Iraque
Após o início em 23 de setembro de seus ataques na Síria, realizados em colaboração com vários países árabes, os Estados Unidos pediram paciência, dizendo que destruir o EI não é uma tarefa fácil.