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Francisco, o papa pró-vida

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Alberto Pizzoli

Pe. Dwight Longenecker - publicado em 03/10/14

Ao dizer que os católicos não precisam falar só do aborto, o Papa Francisco nos recorda que a luta pela vida vai muito além disso

O Papa Francisco foi criticado por alguns católicos por não ser suficientemente pró-vida, depois de ter declarado que não podemos ser “católicos monotemáticos”, falando somente do crime do aborto o tempo todo.

Fazer esta crítica é não entender a posição do Papa Francisco. Ele já falou em termos fortes sobre o aborto, dizendo que a vida humana é inviolável e o aborto é um crime indescritível. Aos italianos pró-vida, o Pontífice disse: “Deve, portanto, ser reiterada a forte oposição a qualquer ataque direto à vida, especialmente à vida inocente e indefesa; a criança por nascer no ventre é o exemplo mais concreto de inocência”.

Ao dizer que os católicos não precisam falar sobre o aborto, o Papa Francisco está nos recordando que é um erro ver a batalha pró-vida somente pela ótica antiaborto. Como parte da ampla ênfase pró-vida e no limiar do sínodo da família, o Papa Francisco esteve com o Papa emérito Bento XVI no último fim de semana para afirmar a vida humana no outro extremo da vida.

Os dois papas celebraram a vida com uma multidão de idosos católicos. Aos 77 e 87 anos respectivamente, os papas Francisco e Bento XVI se colocam como monumentos representativos de como Deus pode se servir das pessoas nas últimas etapas de suas vidas.

Os idosos têm muita sabedoria e experiência para oferecer. Têm muito para dar, mas, como os jovens, são vulneráveis. Assim como a nossa sociedade escolheu abortar os não nascidos porque são considerados um peso caro, a cultura da morte está avançando sem piedade em um ataque aos mais velhos.

As ordens de “não ressuscitar” estão tranquilamente se estendendo. A eutanásia voluntária e o suicídio assistido estão se tornando legais em mais e mais países e estados, enquanto o abuso dos idosos nos asilos e centros de assistência está aumentando em um nível alarmante.

Deve surpreender que os abusos e a exterminação dos idosos vulneráveis aconteçam em uma sociedade que obstinadamente extermina o não nascido não desejado?

Em uma reflexão sólida sobre as Escrituras, o Papa Francisco convidou a uma relação dinâmica entre as gerações mais velhas e as mais jovens. Usando a visita de Maria a Isabel como modelo, convidou os católicos a meditarem sobre a interação amorosa de respeito e amor entre a idosa Isabel e a adolescente Virgem Maria.

“Maria nos mostra o caminho – afirmou o Papa. Ela se dispôs a visitar sua parente idosa para estar com ela, para ajudá-la, certamente, mas também e sobretudo para aprender dela – uma pessoa idosa – a sabedoria de vida.”

O melhor jeito de comunicar-se do Papa Francisco é o poderoso gesto, a ação simbólica e a imagem memorável. A imagem da mulher idosa saudando a mulher jovem, ambas grávidas, expressa toda a alegria da afirmação da Igreja Católica da vida humana do ventre até o túmulo.

A defesa da vida humana não é simplesmente uma triste batalha para ilegalizar o aborto, a eutanásia, o suicídio assistido. Os católicos insistem em que sua postura é genuinamente pró-vida. Portanto, além das campanhas para ilegalizar o assassinato dos vulneráveis, também abraçamos a plenitude da vida nas relações amorosas dentro da família.

A mensagem do Papa Francisco e sua referência à visitação da bem-aventurada Virgem Maria a Isabel revela a mensagem positiva pró-vida.

Como Maria e Isabel se abraçam, nós abraçamos os membros da nossa família com amor, gratidão e respeito.

Os jovens abraçam os idosos com respeito e honra. Os idosos abraçam os jovens com a ternura e a alegria. Ambos veem o não nascido com reverência e assombro. É a partir desse coração de alegria que os males do aborto
, da eutanásia e do assassinato são derrotados.

O tema pró-vida do Papa ecoou em sua homilia do dia dos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. A leitura do livro da Revelação nos recorda que a batalha no céu está centrada na tentativa de Satanás de destruir a mulher e o menino.

“Satanás odeia o homem”, disse simplesmente o Papa. Satanás, portanto, odeia a causa pró-vida e ama a cultura da morte. O Papa Francisco continuou sobre Satanás: “Por isso, muitos, muitos projetos a favor da desumanização do homem são obra sua, simplesmente porque ele odeia o homem”. Satanás “é sutil; a primeira página do Gênesis diz isso. É sutil, apresenta as coisas como se fossem boas. Mas sua intenção é destruir”.

Os ensinamentos do Papa consolidam e preservam um tema profundo e constante pró-vida: a vida humana é boa e bela, mas Satanás é um inimigo real e poderoso. Só por meio do poder de Cristo, nosso Senhor, a ira homicida de Satanás pode ser vencida, e esta é a constante vocação dos cristãos a se comprometer nesta batalha alegre contra os poderes da morte, para abraçar e regozijar-se no dom da vida.

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