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Casamento, uma viagem de amor autêntico na vida

Jeffrey and Alice Heinzen – Sabrina Fusco – pt

© Sabrina Fusco / ALETEIA

Vatican - publicado em 08/10/14

Casal Heinzen (USA), presente como auditores no Sínodo, conta sua experiência matrimonial

Na tarde dessa terça-feira, (7), o Sínodo tratou do tema “A pastoral da família: as várias propostas” (II parte, Cap.1), com a apresentação do Presidente delegado de turno, cardeal Luis Antonio Tagle, arcebispo de Manila (Filipinas), que introduziu o testemunho do casal Jeffrey Heinze, diretor de Natural Family Planning na diocese de La Crosse (Estados Unidos) e Alice Heinzen, membro de Natural Family Planning Advisory Board da Conferência Episcopal (Estados Unidos), presentes no Sínodo como auditores. Eis o que disserem diante da Assembleia:

Meu marido e eu nos colocamos aquela pergunta: “Como fizeram nossos pais para viver como um casal que nos levou até onde estamos hoje como católicos casados e cheios de fé?”.

Na nossa reflexão compreendemos que o testemunho dos nossos pais revelava em suas ações cotidianas o projeto divino para o matrimônio e a vida familiar. Tenho lindas histórias de participações em procissões de Corpus Christi no nosso bairro e do meu pai que saía todos os dias para ir à Missa perto de casa, antes do trabalho. No mês de maio, lembro que a nossa família rezava o Terço. Lembro os tantos beijos carinhosos que os meus pais trocavam. Nos ajoelhávamos perto da nossa cama para rezar pedindo a proteção e a bênção à nossa família. Todo domingo íamos à Missa em família, depois saíamos da Igreja e visitávamos os nossos parentes. Em tudo podemos acrescentar que as nossas mães nos lembravam de amar sempre os nossos irmãos, de usar com os outros os nossos melhores modos e de guardar as moedas para ajudar aos menos favorecidos. As nossas casas eram escolas de amor e de virtude, e os nossos pais eram nossos primeiros educadores.

Os nossos pais deram testemunho fiel de alegria e de beleza do projeto de Deus para o amor e a vida. Infelizmente, não somente na nossa avaliação da cultura atual, mas também por causa da nossa experiência pastoral, sabemos que muitos jovens não veem o testemunho de amor conjugal que nós experimentamos. Tantos jovens crescem em famílias quebradas pelo divórcio, ou sem uma experiência de pais casados por causa de gravidez fora do casamento. Ambos estamos, como afirmaram alguns cientistas, na era da estrutura familiar enfraquecida. É mais do que uma crise. Citando São João Paulo II, o papel dos pais como educadores é tão decisivo que não tem nada que possa compensar seu fracasso neste campo. A pesquisa sociológica testemunha este problema e as informações no Instrumentum Laboris confirmam. As crianças criadas sem a bênção dos pais casados que criam uma família animada de amor e fé, provavelmente deverão lutar para ter confiança em Deus e no próximo. 

Como motivar casamentos que durem toda a vida?

A nossa diocese nos Estados Unidos não é diferente daquelas de todo o mundo. Vimos o número de casamentos diminuir a cada ano e a taxa de convivência aumentar. Vimos uma queda do número de batismos. Vimos os nossos jovens caírem em confusão por uma cultura hedonista. Conhecemos inúmeros adultos divorciados que se uniram a outras comunidades de porque não se sentem acolhidos na Igreja Católica. Os nossos corações sofrem pelas mães solteiras que lutam para tomar conta dos próprios filhos. Como vocês, buscamos encontrar meios simples e eficazes para compartilhar melhor as bênçãos do projeto de Deus para o matrimônio e a família

O Instrumentum documenta programas pastorais que buscam enfrentar as questões relativas ao matrimônio e a vida familiar. Infelizmente, estes esforços não atendem às dimensões dos desafios culturais que devemos enfrentar hoje. Devemos desenvolver métodos mais sólidos e criativos para compartilhar a verdade fundamental pela qual o matrimônio é um dom de Deus, mais que uma simples instituição criada pelo homem. Isso exigirá, por parte nossa, o fato de examinar os métodos com os quais ensinamos aos nossos filhos a natureza da sexualidade humana e a vocação ao matrimônio. Quando falamos do chamado de Deus a servir, o matrimônio deveria ser incluso em todos os programas vocacionais, e devemos nos perguntar qual assistência damos a nível pós-matrimônio, para ajudar os casais a aprofundarem a própria relação. Portanto, vejamos a questão que está diante não como uma crise de verdade, mas como uma crise de metodologia. 

Como fazemos nós como Igreja para compartilhar de maneira eficaz aquilo que sabemos que é verdade de forma prática, simples e convincente de modo que todos os homens e todas as mulheres sejam desafiados e sustentados a viverem casamentos que duram toda a vida e a construir famílias que refletem a Igreja doméstica?

Em toda a nossa programação pastoral devemos lembrar que “nada é impossível a Deus” (Lc 1,37). É possível encontrar soluções para a crise que foi identificada. Este Sínodo tem a capacidade de ajudar maridos, mulheres e suas famílias. Abramos a nossa mente e o nosso coração ao Espírito Santo para que possa cumprir a vontade de Deus.

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