Existe mesmo vida após a morte?

Existe “vida” após a morte? O tema é muito polêmico, mas o inlgês Dialy Telegraph divulgou recentemente um estudo que comprovaria a existência de certo grau de consciência por parte de pessoas em parada cardíaca (Corriere della Sera, 7 de outubro).

O que para é o coração, não a consciência

Durante 4 anos, os pesquisadores da Universidade de Southampton examinaram os casos de 2.060 pessoas, todas elas vítimas de parada cardíaca, em 15 hospitais espalhados pela Grã-Bretanha, Estados Unidos e Áustria.

Segundo os dados do estudo, cerca de 40% dos sobreviventes descreveram experiências conscientes que sentiram enquanto seu coração estava parado. Falando em n[úmeros, dos 330 que escaparam da morte, 140 contaram que permaneceram parcialmente conscientes durante a reanimação.

A experiência extracorpórea

Segundo relata o Panorama.it (8 de outubro), surgiu também o fato de que 40% dos sobreviventes tinham “lembranças” desta experiência nos últimos minutos em que estavam clinicamente mortos. Um homem de 57 anos, de Southampton, disse ter vivido uma espécie de experiência extracorpórea, e ter assistido às ações dos médicos que tentavam reanimá-lo.

“Sabemos que o cérebro não pode funcionar quando o coração deixa de bater – disse Sam Parnia, pesquisador que dirigiu o estudo. Mas, neste caso, a consciência parece ter permanecido ativa até 3 minutos após o coração parar de funcionar, ainda que o cérebro normalmente ‘apague’ 20 ou 30 segundos depois de o coração parar.”

Lembranças positivas e negativas

Ainda que muitos dos sobreviventes entrevistados não se lembrem de detalhes específicos, há uma série de temas recorrentes. La Repubblica (7 de outubro) destaca: 1 de cada 5 afirma ter sentido uma grande serenidade, enquanto um terço percebeu uma aceleração ou uma redução no passar do tempo. Outros acreditam ter visto uma forte luz ou um sol que brilhava.

Para outros, as sensações eram negativas, similares a um afogamento ou a ser puxados sob a água. Segundo Parnia, poderia haver muitos outros casos de experiências após a morte, mas muitos dos pacientes não se lembram, devido aos danos cerebrais ou os sedativos que lhes foram administrados.

Morte clínica

A pesquisa gerou muito interesse em um setor que envolve diversos estudiosos. “Há algumas provas muito importantes segundo as quais estas experiências aconteceram verdadeiramente depois que as pessoas foram declaradas clinicamente mortas”, disse o psicólogo David Wilde, da Universidade de Nottinghan Trent.

Para Wilde, ainda não é possível dizer o que acontece exatamente nesses momentos, mas a “lente” da ciência está indagando o tema cada vez com maior profundidade.