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Um espelho do Sínodo para a família

Conferenza Stampa Sinodo dei vescovi – 13 Ottobre 2014 D Sabrina Fusco – pt

© Sabrina Fusco / ALETEIA

Clarissa Oliveira - publicado em 13/10/14

Relatio post disceptationem, o documento que mostra aquilo que foram os últimos dias do Sínodo

Após a apresentação da “Relação após a discussão”, realizada nesta manhã na Sala do Sínodo, pelo relator geral da Assembleia, cardeal Peter Erdö, assembleia se abriu às intervenções livres. Foram cerca de 41 intervenções. Os comentários das intervenções acabaram dando uma direção para os próximos dias do Sínodo, além de já serem um retorno do documento “Relatio post disceptationem”.

Na mesa do briefing desta manhã, 13 de outubro, se encontravam: Dom Bruno Forte, cardeal Luis Tagle, cardeal Péter Erdö, Cardeal Ricardo Ezzati Andrello e o porta-voz da Sala de Imprensa Vaticana, Padre Federico Lombardi.

Quem abriu os comentários de maneira muito espirituosa foi o cardeal Tagle, agradecendo os colaboradores diretos da elaboração do documento “Relatio post disceptationem”. Tagle comentou que o documento é um espelho daquilo que foi discutido nos últimos dias de Sínodo e que as intervenções que seguiram dão as direções de aprofundamento para os próximos dias. O purpurado disse que “este não é o documento final do Sínodo – e completou de maneira espontânea: o ‘drama’ continua. Agradecemos aqueles que fizeram parte da equipe que formulou este documento, eles são verdadeiros ‘heróis’”. 

© Sabrina Fusco

Neste clima descontraído o arcebispo de Chieti-Vasto, Bruno Forte, disse que o trabalho ainda está em curso, o documento foi um exercício de sinodalidade, como foi pedido pelo Papa Francisco. Foi preciso falar aquilo que se sentia importante dizer, mas também escutar os outros. Agora é o tempo de amadurecer e deixar que tudo cresça com o tempo. O arcebispo comentou que durante as colocações e intervenções se sentia o espírito do Concílio Vaticano II, onde a Igreja segue caminhando em harmonia.

O cardeal chileno Ricardo Ezzati Andrello acrescentou que “este Sínodo é um reflexo de três coisas fundamentais: a escuta, onde existe sintonia e respeito; misericórdia, buscando compreender as situações que vivem as famílias, escutar uma Igreja que se apresenta com um coração de misericórdia; a busca de caminhos de aproximação, para acompanhar por meio de linhas pastorais as famílias. Essas três dimensões estão muito presentes no documento apresentado hoje. Um Sínodo que escuta, se comove e busca caminhos, expressa o que a Igreja sente para ser servidora da humanidade”.

Divorciados e casados novamente

O número 47 do documento “Relatio post disceptationem” fala de um caminho penitencial para poder dar acesso aos sacramentos para os divorciados e casados novamente. Em que consiste o caminho penitencial? Antes de tudo é preciso “um reconhecimento da culpa que possa existir, pois a responsabilidade é dos dois cônjuges, onde cada um precisa ter consciência”, comentou Dom Bruno Forte. O cardeal Erdö completou dizendo que é um “processo, um caminho penitencial. O aspecto de discernimento não apenas ao casamentopassado, mas refletir também sobre as condições de vida atual”.

Acolher as pessoas homossexuais

O número 51 do documento diz do desafio educativo dos filhos de casais homossexuais. “Quando falamos de educação, estamos no contexto da educação católica, da fé, da vontade de Deus, ideal cristão de vida. Ou seja, não é a mesma coisa que alguns programas educativos propõem no mundo, colocando uma acentuação diferente”, esclareceu o cardeal Erdö.

“As pessoas homossexuais possuem dons e qualidades a oferecer a comunidade cristã” (Relatio post disceptationem, número 50). “Precisamos respeitar a dignidade de cada pessoa. O fato de ser homossexual não significa que sua dignidade não exista”, disse Dom Bruno Forte. O cardeal Erdö completou o comentário dizendo que “a identidade da pessoa não é determinada por sua tendência sexual. Agora, o comportamento da mesma é algo que não foi comentado no documento”.

© Sabrina Fusco

“A Igreja tem atenção especial para com as crianças que vivem com casais do mesmo sexo, reiterando que em primeiro lugar são colocadas sempre as exigências e os direitos dos pequenos” (
Relatio post disceptationem, número 52). Esse é um tema fundamental a ser aprofundado nos próximos dias do
Sínodo. “Uma criança tem o direito de ser educada por aqueles que são os primeiros a comunicar o amor. Na
Igreja e na prática educativa que encontramos existe uma importante presença do pai e da mãe na educação dos
filhos. A tradição da Igreja a partir do Concílio Vaticano II destacou a dimensão familiar, em que os pais têm o primeiro dever em educar. Um dos temas que debatemos na América Latina é o direito a uma educação de qualidade. Os pais têm o dever e direito de fortalecê-la e também as instituição são chamadas a apoiar, para que esta relação da vida familiar encontre uma melhor possibilidade de prosseguir no amor dos pais para com os filhos, tendo assim a maior eficácia possível”, disse o cardeal Ricardo Ezzati Andrello.

Segundo o cardeal Erdö existiram muitos comentários e algumas críticas em relação aos pontos apresentados no documento. Algumas propostas de aprofundamento continuarão durante esta semana, assim como em relação à clareza do texto. “As fórmulas e expressões precisam ajudar na reflexão. Esperamos que durante esta semana o texto melhore”, completou o cardeal.

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