O líder norte-coreano, Kim Jong-un, reapareceu em público após uma ausência de 40 dias, durante a inspeção de um conjunto residencial recém-construído em Pyongyang, informou nesta terça-feira a agência de notícias norte-coreana KCNA.
O máximo dirigente norte-coreano não aparecia em público desde 3 de setembro passado, quando assistiu a um concerto.
A ausência de Kim no último aniversário do partido no poder deflagrou uma série de especulações.
Segundo a KCNA, Kim Jong-un realizou uma visita de "supervisão" a um novo conjunto residencial construído especialmente em Pyongyong para cientistas que trabalham no programa de satélites da Coreia do Norte.
"Após inspecionar o exterior dos prédios, Kim expressou sua profunda satisfação e declarou que as construções são magníficas", completou a agência.
A foto de um sorridente Kim Jong-un ocupava nesta terça (horário local) quase toda a primeira página do "Rodong Sinmun", o jornal do partido. Outras imagens menores mostravam o dirigente fazendo a visita com uma muleta preta.
A KCNA não precisou a data da visita, mas a agência divulga esse tipo de evento geralmente um dia após o ocorrido.
Os rumores sobre a saúde de Kim Jong-Un cresceram na sexta-feira passada, após sua ausência entre as personalidades do regime que visitaram, como acontece todos os anos, o mausoléu de Pyongyang. Lá, estão os corpos de seu pai e de seu avô, seus antecessores na liderança do país.
A homenagem aos finados líderes Kim Jong-Il e Kim Il-Sung, no mausoléu do Palácio Kumsusan, ocorreu por ocasião do 69º aniversário da fundação do partido que governa o país.
Kim, que tem 30 ou 31 anos, não era visto em público desde 3 de setembro, quando compareceu a um concerto com a mulher, em Pyongyang.
A ausência nos eventos públicos provocou todo tipo de boatos, que foram de um descanso prolongado até um golpe de Estado, passando por uma possível doença. Ao que parece, um problema de saúde teria deixado o dirigente temporariamente indisponível.
Kim, um fumante inveterado, ganhou peso desde que chegou ao poder, no fim de 2011, após a morte do pai, Kim Jong-il. Nas últimas imagens disponíveis exibidas pela TV, ele aparece mancando.
"Com certeza, não quer ser visto doente e com um aspecto frágil", opinou Bruce Bennett, analista de temas de defesa do ‘think tank’ americano RAND Corporation.
"O fato de parecer debilitado não é bom para um líder norte-coreano que tenta manter o controle", completou.