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A doença terminal e o sentido de cada momento

Cover of the book / Respiro dopo respiro (Caterina Simonsen) – pt

Piemme

Corrado Paolucci - publicado em 05/11/14

Caterina Simonsen é consciente que a vida “é uma constante, está presente em cada respiro”

“Amo muito a vida e tudo aquilo que me dá. A doença faz lembrar como você nunca deve tomar nada como garantido, mesmo as coisas que parecem mais naturais”. Para Caterina, nada é aparente, nada é banal. Ela vê as coisas que vemos, mas por uma perspectiva diferente.

Caterina tem 26 anos e não pode se curar. Ela sabe o que é ter uma doença que “mudou cada coisa, derrubou o horizonte. Antes de tudo, deu-me uma certeza, e as certezas, mesmo dolorosas, são um ponto de partida, a gravidade onde ancorar a existência”. 

Com a doença, o essencial se tornou visível aos seus olhos. Viver perenemente com o "per mask", instrumento para medir o quanto se enchem os pulmões, a fez compreender que não existindo para ela um “amanhã”, “o instante é tudo, passado, presente, futuro. Torna-se ar que se respira”. Como diz a ela Enrico, o namorado que ela gostaria de distanciar para não vê-la morrer lentamente: “até quando estarei ao teu lado? Para sempre”. Esta é uma das passagens da biografia de Caterina Simonsen “Respiro após respiro. A minha história”.

A saúde não é o suficiente para dar um sentido

Na frágil existência de Caterina existe toda a consciência de que a vida “é uma constante, está presente em cada respiro”, e que cada ser humano é afetado por tudo aquilo que acontece, seja doloroso ou jubiloso: “com o tempo cheguei até mesmo a amar as cicatrizes que possuo no corpo, a encontrar um significado para elas. São como as estrelas que indicam a direção aos marinheiros, como os pontos daquele jogo que somente unidos têm um sentido”. E a busca deste “significado”, como o chama Caterina, é aquilo que compartilhamos todos nós: “a vida pode ser difícil mesmo quando se está bem. A saúde não basta para dar-lhe um significado”. 

A história de Caterina veio a luz em dezembro de 2013, quando heroicamente publicou uma mensagem na internet. Nas imagens seu sorriso é escondido pelos tubos que lhe permitem respirar. Em sua mão trazia um cartaz escrito: “Sou Caterina S., tenho 25 anos graças à verdadeira pesquisa, que inclui testes em animais. Sem a verdadeira pesquisa estaria morta há 9 anos”. 

Sua tomada de posição suscitou imediatamente comentários de extremistas no âmbito da defesa dos animais. Naquele dia chegaram até Caterina ofensas de todos os tipos e até mesmo ameaças de morte. Mas após o assustador início, Caterina não desistiu nem mesmo com contestações violentas. Com a tenacidade que sempre a distinguiu, continuou a impulsionar sua história, a expor suas razões. Até chegar à biografia. 

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