Em Nova York, manifestantes exibiram cartazes com frases como "o racismo mata" e "não permaneceremos calados". Duas pessoas foram detidas nos protesto por agressão às fprças de segurança.
Na capital, centenas de pessoas protestaram diante da Casa Branca aos gritos de "mãos para cima, não atire", que virou um slogan das manifestações convocadas por diversas organizações.
Outras cidades do país, como Denver, Salt Lake City, Chicago, Los Angeles, Boston, Filadélfia e Oakland, também protestaram contra o não indiciamento do policial.
"O dever de um grande júri é separar os fatos da ficção", afirmou o promotor de St. Louis, Robert McCulloch.
"Os juízes determinaram que não há razão suficiente para apresentar acusações contra o policial Wilson", completou.
"Não há dúvida de que o policial Wilson provocou a morte de Michael Brown", disse, ao mencionar um "falecimento trágico".
Os 12 jurados, nove brancos e três negros, realizaram um trabalho "completo e profundo", escutaram 70 horas de depoimentos de quase 60 testemunhas, examinaram centenas de fotografias e ouviram três médicos legistas.
O procurador geral dos Estados Unidos, Eric Holder, declarou que prosseguirá com uma investigação federal independente sobre a morte de Brown e a atuação da polícia de Ferguson.
Por sua vez, um dos advogados da família do jovem assegurou que a decisão do júri era "uma acusação contra o sistema". "Este sistema permite que a polícia fira a mate nossos filhos sem que nada aconteça. Temos que mudar esta dinâmica", declarou Benjamin Crump à CNN.
O veredicto foi anunciado após a morte, no fim de semana em Ohio (norte do país), de um adolescente negro de 12 anos. A vítima foi atingida por tiros de policiais quando estava com uma pistola de brinquedo, o que provocou o temor de novos protestos violentos.
O episódio da morte de Brown aconteceu após a denúncia de um roubo em uma loja de Ferguson.
As testemunhas afirmam que Brown, um estudante do ensino secundário, estava com os braços para o alto quando foi baleado. Wilson alegou que agiu em legítima defesa por temer um ataque.
Senado fará audiência sobre situação dos direitos civis
O Senado americano organizará no próximo dia 9 de dezembro uma audiência sobre a situação dos direitos civis no país, anunciou o senador democrata Richard Durbin, precisando que a subcomissão sobre direitos humanos, Constituição e direitos cívicos analisará as práticas policiais e as disparidades raciais persistentes no sistema penal.
"Os acontecimentos deste ano em Ferguson destacam a necessidade contínua de se reavaliar e reformular as práticas policiais, especialmente a militarização das forças da ordem", disse Durbin.
Em Ferguson, quase 70% da população é negra, mas as autoridades políticas e policiais são majoritariamente brancas.