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Como encarar o consumismo neste Natal?

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Rachel Lu - publicado em 17/12/14

Não precisamos criticar o tempo todo: enfeites e presentes também evocam a alegria que Jesus nos traz

O Natal está chegando. As casas estão enfeitadas e as luzes estão piscando nas fachadas e vitrines. Os lembretes de que o dia se aproxima preenchem as lojas. O Natal está por todo lado. Ou, pelo menos, parece estar…

Há quem goste desse “clima”, há que não goste. Muita gente acha forçada essa “alegria”, especialmente porque ela parece mais focada em comida e brinquedos do que em Jesus Cristo. As queixas contra a mercantilização do Natal são quase tão onipresentes quanto as próprias decorações.

É compreensível que as pessoas de fé se irritem ao verem o comércio se apropriando de uma grande festa cristã. Mas não precisamos deixar que esta constatação arruíne o nosso Natal.
Aqui vão algumas ideias para levarmos em conta no meio deste cenário.

1. Vamos reconhecer o problema real!

As queixas sobre a mercantilização do Natal, a meu ver, são muitas vezes exageradas, embora exista, é claro, uma preocupação legítima. Esta é uma época de dar e receber presentes; e o mundo do comércio fica bastante feliz em vender produtos e serviços que podem ser presenteados. Por todos os lados, somos bombardeados de propagandas que tentam nos convencer a comprar as coisas novas e caras de que “precisamos” para que este Natal seja memorável.

Quase todos nós somos ao menos um pouco vulneráveis a essas sugestões, talvez até mais do que gostaríamos de admitir. Queremos que o Natal seja especial. Por isso, acabamos nos enredando em detalhes triviais. Neste contexto, quando abrimos o Novo Testamento às vésperas do Natal, percebemos que, assim como no ano anterior, não deixamos muito espaço para o verdadeiro homenageado da festa. O foco nas “coisas” desbotou (de novo) a verdadeira Boa Nova de Natal.

Esta é uma preocupação genuína. Mas a consciência do perigo pode torná-lo mais evitável. Dediquemos algum tempo a pensar em qual é o foco que nós queremos dar ao Natal da nossa família. E consideremos o lado comercial da celebração como apenas um ruído de fundo.

2. Vamos rir da superficialidade das estratégias comerciais!

Você já sabe o que os anunciantes querem: o seu dinheiro. Eles normalmente têm poucos segundos para convencer você a gastar com eles. Por isso, a maioria das manobras da publicidade é infantilmente transparente. Em vez de roer os dentes de indignação, tente achar engraçado!

Eu, pessoalmente, adoro os comerciais de carros de Natal aqui nos Estados Unidos: na maioria deles, um homem ou uma mulher de sorte sai para uma varanda polvilhada de neve e recebe a maior surpresa de Natal de toda a sua vida: um carro de luxo! Agora, pergunte a si mesmo: quantas pessoas realmente querem que o seu cônjuge compre um carro para elas sem que elas participem da decisão? É ridículo. Mas há um elemento insidioso nesses comerciais tão bobos: eles provavelmente fazem com que algumas pessoas pensem nos presentes que compraram, cuidadosamente embrulhados e cheios de carinho, e os achem pobres. Isso é triste. Mas você não precisa ser uma dessas pessoas.

3. Vamos reconhecer que esta época de presentear é também uma época de doar!

Sim, a época do Natal pode estimular uma cobiça insalubre de coisas materiais. Mas por que olhar para o copo e achá-lo meio vazio, se podemos achá-lo meio cheio? Esta é também uma época de doação e generosidade. As próprias propagandas que tentam gerar os apelos descarados que mencionamos acima recorrem a impulsos humanos magnânimos, a anseios de união e de amor, a lembranças encantadoras de família.

Algumas pessoas odeiam o Natal precisamente porque acham que esse “clima de amor” não existe na vida real. As expectativas incentivadas pelo Natal atingem de modo particularmente doloroso a solidão dessas pessoas, ou a sua sensação de fracasso pessoal. Mas esses casos acabam confirmando o desejo irresistível, sentido pela maioria de nós, de que o Natal seja mesmo uma época de mais união, de mais comunidade e de mais amor.

4. Vamos refletir sobre o contraste desafiador da pobreza e da abundância!

A justaposição entre pobreza e riqueza faz parte do Natal. Os três reis magos levaram presentes magníficos para um bebê deitado na palha de um cocho de animais em uma estrebaria. O Natal nos dá a oportunidade de refletir sobre o que há de bom na pobreza, entendida como desprendimento das coisas supérfluas; sobre o que há de bom na riqueza, entendida como a justa qualidade de vida; e, especialmente, sobre a beleza da interação humana, que pode suavizar a pobreza material e até ajudar a superá-la mediante o incentivo a atitudes mais generosas e amorosas.

Eu me pergunto, às vezes, se o mau humor causado pela constatação do mercantilismo desta época não brota, no fundo, da incapacidade de lidarmos com as complexidades deste assunto. Em vez de gratidão pelas luzes que brilham na escuridão, chegamos a sentir vergonha daquilo que temos. E assim criticamos o costume de dar presentes ou reclamamos das muitas calorias produzidas por este período do ano.

Mas espere um pouco! Pode ser desconfortável sermos lembrados das nossas necessidades intrínsecas, mas esse desconforto não precisa se transformar em culpa. A riqueza e a pobreza são dois assuntos complementares para as nossas reflexões de Natal. Vamos aproveitar para aprender algo desses mistérios em vez de lamentá-los.

5. Vamos deixar que Cristo seja o centro do nosso Natal!

Vendedor nenhum pode nos empurrar para longe da manjedoura do Menino Jesus sem o nosso consentimento. Se você está irritado com os espetáculos comerciais de Natal, retorne à fonte: pegue a sua Bíblia, leia e medite.

O Natal gira em torno de Jesus. Ele não pode ser ofuscado pelos comerciais e pelas pirotecnias consumistas. Em vez de desperdiçar energias com lamentos, podemos nos concentrar na manjedoura e adorar o Menino de Belém.

No primeiro Natal, o Verbo se fez carne e as pessoas que andavam nas trevas viram uma grande luz. A Luz é o Menino Deus, que ilumina a mais escura das noites. Neste espírito, eu vejo, sim, a alegria presente nos enfeites cintilantes das casas e das vitrines. Se Deus veio pessoalmente até a vida dos humildes pastores e dos reis do Oriente, por que o nosso mundo materialista e consumista ficaria de fora do alcance da redenção?

Esta é a esperança que deve animar a nossa época de Natal!

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