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Kristina Pimenova e o valor da infância

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Corrado Paolucci - publicado em 19/12/14
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“Crianças adultas” para uso e consumoKristina Pimenova é modelo fotográfica. Já foi capa da Vogue e emprestou seu roto angelical a estilistas do calibre de Armani, Roberto Cavalli e Dolce & Gabbana. Tudo aparentemente normal, se não fosse pelo fato de Kristina ter apenas 9 anos e trabalhar desde os 3.
 
Dois milhões de seguidores
 
Sobra dizer que a menina modelo faz muito sucesso nas redes sociais: sua página no Facebook tem mais de 2 milhões de seguidores e sua conta no Instagram, 315 mil; todos os dias aparecem fotos novas suas, profissionais ou “roubadas” de momentos da sua vida cotidiana.
 
Críticas e preocupações
 
Dada a sua exposição social e midiática, seu caso não passou inadvertido: apesar de o seu perfil no Facebook declarar que a menina não posta as fotos de maneira autônoma e que os conteúdos são cuidadosamente filtrados e administrados pelos seus familiares, há muitas críticas.
 
Alguns questionam as atitudes que a menina modelo deveria assumir frente aos objetivos fotográficos: olhares intensos e poses sutilmente provocantes.
 
Há quem se pergunte se tudo isso não terá lhe tirado a alegrai da infância. Outros, no entanto, argumentam que os comentários sexistas postados em algumas de suas fotos correm o risco de criar traumas na menina, a longo prazo.
 
Sem esquecer os que enfrentam o tema da pedopornografia online: a exposição excessiva de Kristina não corre o risco de alimentar pulsões, muitas vezes obscuras, que se movem na internet?
 
Tranquilidade dos pais
 
Os pais da menina não parecem preocupados: “Kristie começou sua carreira aos 3 anos de idade – explica sua mãe, Glikeriya no Facebook; aonde quer que íamos, as pessoas me diziam que ela era adorável e me sugeriam que ela fosse modelo. Decidi tentar e ela achou divertido, sobretudo as passarelas e os espetáculos de moda. Desde então, para ela, é uma diversão, e adora cada minuto do que faz”.
 
Valor da infância
 
O tema das “crianças adultas” é muito atual, e a associação de espectadores AIART oferece uma interessante reflexão a respeito disso, em um comentário conclusivo da última edição de “Deixo-lhe uma canção”:
 
“Se o desafio é entre canções e não entre cantores, resta o triste espetáculo de ‘crianças travestidas de cantores’, comprometidas em grotescas imitações dos adultos.
 
Se os valores típicos da infância são a ingenuidade e a espontaneidade, como conciliá-los com o desafio de viver como famosos, sob os holofotes, observados por todos, criticados e julgados, expressando certas atitudes, posturas e modulações de voz, com uma maquiagem que não pertence à sua idade?
 
A diferença entre as crianças e os adultos se dissolve no mar da homologação no mundo adulto, com suas emoções e tensões amorosas; e para uso e consumo disso, buscam audiências com uma total ausência deste aspecto lúdico e relaxado tão característico do mundo das crianças.
 
Assistimos a uma crescente tendência à “adultização” da infância, equivalente quase à regressão às formas exibidas da juventude, incentivadas e recriadas artificialmente pelos cinquentões e sessentões. Estamos em um período histórico no qual se foge da idade.”

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