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O Natal das Clarissas

O Natal das Clarissas

Família Cristã

Ricardo Perna - Família Cristã - publicado em 23/12/14

A realidade da clausura passa despercebida a muitos, e por isso existe sempre alguma curiosidade de saber de que forma se vivem lá dentro os diferentes momentos da vida

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O tempo de Natal costuma ser tempo de reunião de família. No caso das congregações de clausura, a família que se reúne no Natal é a mesma que está junta todo o ano. Se, conforme é possível ler na revista Família Cristã de dezembro, na Cartuxa, em Évora, os monges preferem o silêncio e o isolamento como forma de melhor viverem a celebração do nascimento do Deus Menino, no convento das Clarissas, em Monte Real, «o tempo de Natal é vivido em clima de profunda alegria, recolhimento, silêncio, oração e, ao mesmo tempo, em dinâmica ação e movimento», segundo nos explica a Ir. Maria Clara, clarissa.

A realidade da clausura passa despercebida a muitos, e por isso existe sempre alguma curiosidade de saber de que forma se vivem lá dentro os diferentes momentos da vida. No caso do Natal, as rotinas das Clarissas não são muito diferentes. «Na Comunidade procuramos viver o Natal tão intensa e espiritualmente quanto nos é possível, vivemo-lo centradas no essencial, em família, em clima de muita alegria e paz, simplicidade e harmonia. Segue-se o horário habitual e as atividades próprias deste dia, o dia do Senhor, embora com um tom especial e toque especial, porque … é Natal», conta a Ir. Maria Clara.

E a comida? «As nossas refeições são sempre simples e sóbrias. Jesus diz-nos na Sagrada Escritura que o “homem não vive só de pão mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Por isso também na ceia de natal e nas refeições do dia de Natal confecionamos o tradicional bacalhau, que a Providência de Deus nos oferece, com batata e couve e as tradicionais iguarias sem quaisquer despesas adicionais. Usamos os doces tradicionais, e, como somos de várias regiões do país, não faltam variedades. Não existe, porém, nenhum doce específico do Mosteiro. Para nós o verdadeiro doce, o doce especial é o que tem o sabor divino, é Jesus, o Deus humanado», confessa esta religiosa, acrescentando que esta época do ano também lhes traz à memória quem a passa com dificuldades. «Sentimo-nos solidárias com os que têm pouco ou que nada têm para comer. Dói-nos saber que, sobretudo nestes dias, enquanto alguns usam e abusam do supérfluo e se banqueteiam faustosamente, muitos outros não têm pão nem teto e morrem de fome. Por causa desta dura realidade, a quadra natalícia traz-nos sempre o sabor amargo desta gritante injustiça», lembra.

Liturgia especial por ser Natal

Além de todos os preparativos anteriores, as principais festividades acontecem nos dias 24 e 25 de dezembro. «Ao longo do dia 24 fazem-se os preparativos normais para a grande Solenidade: presépios, ensaios de cânticos, celebrações litúrgicas, etc. Às 17h00 começa a grande festa com Vésperas Solenes e recitação do Rosário. Depois a Eucaristia com a tradicional adoração do Menino presidida pelo Capelão do Mosteiro. Segue-se um espaço de ação de graças e meditação. E porque o tempo a Deus pertence, a Comunidade, unida a toda a Igreja e saboreando a beleza dos salmos, canta o Oficio de Leituras. A noite adentra-se. Só depois vem a grande confraternização, a tradicional ceia de natal e convívio fraterno.

Sim, temos a chamada Missa do Galo que, há uns anos a esta parte, antecipamos para facilitar a participação dum maior número de pessoas.
No dia 25 mantém-se o horário dos Domingos, dando relevo especial à Eucaristia que é para nós o vértice do nosso dia. Vive-se um clima de grande alegria e fraternidade. Natal é comunhão, é encontro, é harmonia, é festa especial, como muito especial é o Mistério que celebramos», conta a Ir. Maria Clara.

No caso das Clarissas, a comunicação com a família de sangue também não é esquecida nesta quadra. «No que respeita à família de sangue que permanece em casa também há comunicação através de correspondência normal ou via net, telefone ou mesmo comunicação em presença. Alguns familiares deslocam-se ao Mosteiro no dia de Natal para visitar e falar com a Irmã, o que também acontece com alguma frequência. Para além destes meios há uma outra forma de comunicação, de comunhão espiritual que se traduz por oração e constitui uma comunicação e união não menos forte e eficaz. Quem o experimenta sabe que é verdade. Os familiares estão na nossa oração e no nosso coração», sustenta. Uma realidade bem diferente da clausura da Cartuxa, onde a família de sangue está ausente nesta altura, que os monges da Cartuxa preferem dedicar à oração mais intensa e sem «distrações», como nos conta o Pe. Antão Lopéz no artigo que pode ser lido na revista Família Cristã de dezembro.


Sem presentes materiais

Presentes não há, até porque «nada temos; tudo possuímos em comum», diz a Ir. Maria Clara. Resta então aquele que é, segundo a religiosa, o «grande» presente: «nem mais nem menos que o próprio Deus, que se revela no Menino de Belém e nos diz: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Isto e a «presença» de cada irmã na vida das outras. «A irmã que vive ao nosso lado foi oferecida por Deus e, com a sua caridade, a sua riqueza humana e espiritual, enche de perfume o ambiente comunitário. Não precisamos de outros presentes para viver bem e felizes o Natal de Jesus», defende.

São muitas formas de viver o Natal, e todas válidas, desde que centradas no essencial: o nascimento de Jesus e o sentido de partilha desse momento em oração de louvor e ação de graças a Deus.

Pode ler o artigo original em http://www.familiacrista.com/noticias/actualidade/2667-o-natal-das-clarissas.php

Ricardo Perna

Tags:
Natal
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