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Papa Francisco ensina a não ser “homem ou mulher-espelho”, que estão fechados em si mesmos

Pope Francis 700 – pt

AFP PHOTO / FILIPPO MONTEFORTE

Pope Francis  arrives for his weekly open-air general audience in St.Peter's square on October 9, 2013 at the Vatican.  AFP PHOTO / FILIPPO MONTEFORTE

Vatican News - publicado em 09/01/15

"Têm o coração duro porque estão fechados, não estão abertos. E tentam se defender com esses muros que constroem ao seu redor”

De que adianta segurança sem liberdade? Ou uma espiritualidade "zen" sem sentir a paternidade de Deus? Ou ainda a admiração de si, mas numa atitude de fechamento, como se fosse um "homem ou mulher-espelho"?

Esses foram alguns dos questionamentos do Papa Francisco em sua homilia matutina em Santa Marta. O Papa inspirou-se no episódio do dia do Evangelho de Marcos: a multiplicação dos pães e o assombro dos discípulos ao verem Jesus caminhar sobre as águas. Os apóstolos “não entenderam o milagre dos pães porque o coração deles estava endurecido”.

Um coração pode ser de pedra por tantos motivos. Por exemplo, por causa de “experiências dolorosas”. Aconteceu com discípulos de Emaús, temerosos de se iludirem outra vez. Aconteceu com Tomé, que não quis acreditar na Ressurreição de Jesus. E “outro motivo que endurece o coração é o fechamento em si mesmo”.

“Construir um mundo em si mesmo, fechado. Em si mesmo, na sua comunidade ou na sua paróquia, mas sempre fechamento. E o fechamento pode girar em torno de tantas coisas: pensemos no orgulho, na suficiência, pensar que eu sou melhor que os outros, inclusive a vaidade, não? Existem o homem e a mulher-espelho, que estão fechados em si mesmos por olhar continuamente a si mesmos, não? Esses narcisistas religiosos, não? Mas têm o coração duro, porque estão fechados, não estão abertos. E tentam se defender com esses muros que constroem ao seu redor”.

Segundo o Papa, há também quem se esconda atrás da lei, seguindo “literalmente” o que os mandamentos estabelecem. Aqui, o que endurece o coração é um problema de “insegurança”. E quem busca solidez no ditado da lei se sente seguro – disse com ironia Francisco – como “um homem ou uma mulher na cela de uma prisão atrás das grades: é uma segurança sem liberdade”. O contrário daquilo que Jesus nos trouxe, ou seja, a liberdade.

“O coração, quando endurece, não é livre e se não é livre é porque não ama: assim terminava o Apóstolo João na primeira leitura. O amor perfeito expulsa o temor: no amor não há temor, porque o temor supõe castigo, e quem teme não é perfeito no amor. Não é livre. Sempre tem o temor que aconteça algo de doloroso, triste, que me faça ir mal na vida ou arriscar a salvação eterna … São tantas imaginações, porque não ama. Quem não ama não é livre. E seu coração estava endurecido, porque ainda não aprendeu a amar”.

Então, “quem nos ensina a amar? Quem nos liberta dessa dureza?” – pergunta o Papa Francisco. “Somente o Espírito Santo”.

“Você pode fazer mil cursos de catequese, mil cursos de espiritualidade, mil cursos de ioga, zen, e todas essas coisas. Mas tudo isso nunca vai ser capaz de lhe dar a liberdade de filho. Somente o Espírito Santo move o seu coração para dizer ‘Pai’. Somente o Espírito Santo é capaz de afastar, de quebrar essa dureza de coração e tornar um coração macio … Não sei, eu prefiro a palavra… “dócil”. Dócil ao Senhor. Dócil à liberdade do amor”.

(Com Rádio Vaticano)

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