Quatro pessoas, entre elas dois policiais, morreram nesta segunda-feira, em Kinshasa, após violentas manifestações contra o presidente, Joseph Kabila, que degeneraram em saques e distúrbios em algumas zonas da cidade, indicou à AFP uma autoridade local.
Os atos de violência ocorreram em vários bairros da capital da República Democrática do Congo, onde saques também foram registrados, enquanto um grupo de opositores convocou a população da cidade a "ocupar maciçamente o Parlamento" para protestar contra um projeto de lei eleitoral, que está sendo examinado.
Segundo um porta-voz do governo congolês, Lambert Mende, "dois policiais morreram atingidos por disparos", assim como "dois saqueadores".
A capital da República Democrática do Congo (RDC) tem registrado desde sexta-feira violentos combates entre a polícia e grupos que exigem a saída do presidente Joseph Kabila.
No sul da capital, perto da Universidade de Kinshasa (UNIKIN), uma jornalista da AFP informou que a polícia disparou contra estudantes para dispersá-los.
Várias testemunhas relataram saques, especialmente contra lojas de propriedade de chineses.
O número de mortos pode aumentar. Uma fonte em um hospital local informou que dois manifestantes mortos a tiros foram levados para o necrotério. Suas identidades não foram reveladas e não se sabe se participaram dos saques.
No poder desde 2001, substituindo seu falecido pai Laurent-Désiré Kabila, Joseph Kabila foi eleito presidente em 2006, nas primeiras eleições democráticas realizadas no país após a independência da Bélgica, em 1960.
Em 2011, foi reeleito para mais um mandato de cinco anos em eleições cujos resultados foram contestados pela oposição, enquanto a comunidade internacional denunciou inúmeras irregularidades.
A oposição suspeita que Kabila quer permanecer no poder após 2016, embora a atual Constituição limite a dois mandatos presidenciais consecutivos.