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Estado Islâmico afirma ter queimado vivo piloto jordaniano

Jordanian Pilot – Daech – Arabiya.net – pt

© AlArabiya / Youtube

Agências de Notícias - publicado em 04/02/15

Maaz al-Kassasbeh, um segundo-tenente de 26 anos, acabava de deixar a escola da Força Aérea Rei Hussein e tinha se casado recentemente

O grupo radical Estado Islâmico (EI) publicou nesta terça-feira o vídeo de um homem queimado vivo em uma jaula e garantiu se tratar do piloto jordaniano capturado em 24 de dezembro, um ato que Amã promete responder com a execução de uma prisioneira iraquiana.

O piloto foi feito refém, após a queda de seu caça F-16 na Síria.

A divulgação deste novo vídeo pelo EI ocorre três dias depois da decapitação do jornalista japonês Kenji Goto. Um primeiro japonês já havia sido executado de maneira semelhante na semana anterior.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considerou que, se comprovada a autenticidade do vídeo, esta seria mais uma prova da barbárie do EI, que controla extensas áreas de território no Iraque e na Síria.

Obama pediu para redobrar "a vigilância e a determinação" no combate a esse grupo radical.

"Esta organização se interessa apenas pela morte e pela destruição", acrescentou o presidente americano.

Hoje à noite, Obama receberá na Casa Branca, por volta das 18h de Washington (21h de Brasília), o rei Abdullah II, da Jordânia.

Apesar de Amã ter manifestado no domingo sua determinação para "fazer todo o possível" para salvar a vida do piloto, a televisão oficial jordaniana reportou nesta terça-feira que o assassinato de Maaz al-Kassasbeh teria acontecido em 3 de janeiro. A declaração indica que Amã já estaria ciente de seu assassinato.

Nos últimos dias, autoridades jordanianas exigiram em vão, em diversas ocasiões, provas de que seu piloto ainda estaria vivo, antes de cogitar a libertação da "jihadista" iraquiana Sajida Al-Rishawi, em troca de Goto e da vida do piloto.

Rishawi foi condenada à morte na Jordânia pelo envolvimento na prática de atentados em 2005, em Amã.

Pouco depois de tomar conhecimento da execução do piloto, o ministro da Informação da Jordânia, Mohammad Momani, prometeu que a resposta à morte do piloto será "terrível" e uma fonte de segurança jordaniana assegurou que a "jihadista" será executada ao amanhecer desta quarta-feira.

O Exército jordaniano também prometeu vingar a morte do piloto, capturado após executar um ataque contra posições do EI, em uma operação da coalizão internacional liderada por Washington.

O ministério de Assuntos Religiosos da Jordânia pediu aos cidadãos do país que façam orações na quarta-feira pelo piloto morto.

‘Brutalidade’

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, qualificou a morte do piloto como um "ato pavoroso".

Ele qualificou o EI como "uma organização terrorista, sem qualquer respeito pela vida humana" e pediu aos governos mundiais que redobrem os esforços para "combater o flagelo do terrorismo e do extremismo", segundo seu porta-voz, Stephane Dujarric.

Mais cedo, o chefe do Comando Central americano (Centcom), que lidera a luta contra o grupo radical, classificou de "selvagem" a execução do piloto.

"Esse ato violento é um novo exemplo" da "brutalidade e da ideologia pervertida" do grupo EI, destacou o general Lloyd Austin em um comunicado, no qual prometeu "combater este inimigo bárbaro até que seja vencido".

O premiê britânico, David Cameron, disse que o assassinato "apenas reafirma a vontade" da coalizão em derrotar os jihadistas, enquanto o presidente francês, François Hollande, condenou "o assassinato bárbaro" e apresentou suas condolências à família e ao povo jordaniano, segundo um comunicado do Palácio do Eliseu.

No vídeo de 22 minutos de duração, difundido pelos jihadistas, é possível ver um homem, vestindo traje laranja, avançar na frente de um grupo de homens encapuzados, armados e com roupas militares.

Após trancar Kassasbeh em uma jaula de metal, um desses homens, identificado como um "emir de uma região bombardeada pela coalizão de cruzados", pega uma tocha e põe fogo à gasolina, previamente espalhada. As chamas se propagam na jaula e consomem as roupas do piloto.

O torturado tenta, em vão, se proteger, antes de ser transformado em uma bola de fogo.

Maaz al-Kassasbeh, um segundo-tenente de 26 anos, acabava de deixar a escola da Força Aérea Rei Hussein e tinha se casado recentemente, segundo o site jordaniano Saraya.

No vídeo, o EI exibe o nome, as fotos e os endereços de pilotos jordanianos, oferecendo uma recompensa de "100 moedas de ouro" àqueles que matarem um "piloto cruzado".

O grupo Estado Islâmico ocupa amplas faixas de território no Iraque e na Síria, onde os "jihadistas" executaram várias atrocidades, incluindo decapitações de reféns. Por esse motivo, a ONU acusa a organização ultrarradical sunita de prática de crimes de guerra e contra a humanidade.

Para o pesquisador Shiraz Maher, do Centro Internacional de Estudos sobre a Radicalização, sediado em Londres, a publicação do vídeo com a execução do piloto jordaniano é o ato mais "horrendo" difundido pelo EI nos últimos anos.

Kassasbeh "é o primeiro indivíduo capturado por estar diretamente envolvido na coalizão. Sua execução foi um ato de guerra", explicou.

(AFP)

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