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A primeira declaração de amor

Fraternal love – pt

© Kolett/SHUTTERSTOCK

Revista Sorria Oficial - publicado em 05/02/15

Faz bem lembrar: como foi a primeira vez em que você disse ou ouviu "eu te amo"?

Estava chovendo, e a gente espremido debaixo da marquise da escola. Falávamos sobre a aula. Ele sacou da mochila a agenda pra ver a lição e… de repente, me deu uma urgência. Eu tinha de dizer aquilo que tava guardado.

Arranquei a agenda da mão dele, peguei minha caneta com glitter cor-de-rosa e escrevi numa página qualquer: “Eu Te Amo”, dentro de um coração. Fechei a agenda, devolvi com um sorriso silencioso… e saí correndo: na mesma velocidade, a coragem me escapuliu com a confissão.

Foi minha primeira declaração de amor – e, mesmo que 20 anos tenham se passado, até hoje me sinto assim. Mas ai, que medo gostoso esse: esquecer por uns instantes a vergonha e a insegurança e confessar tudo o que sentimos sozinhos e quietos, sem saber o que o outro dirá (mas torcendo pelo mais feliz final – ou começo).

Às vezes sai assim, de impulso. De outras, é caso pensado: e vá se gastar horas lapidando as frases, escolhendo adjetivos e metáforas, recortando poesia e letra de música. Tem gente que não se aguenta e precisa declarar não só para o amado, mas para o mundo inteiro – e pendura faixa, toca serenata, monta apresentação de PowerPoint, põe vídeo no YouTube, leva cartaz para o estádio, picha o muro.

Tão bonito isso – mesmo quando é terrivelmente cafona (além do mais, quem ama acha tudo lindo). Melhor do que amar alguém é poder dizer de peito aberto o tamanho desse amor, e quanto ele nos faz melhores e mais felizes. E melhor ainda do que se declarar… só ouvir outradeclaração de volta.

(Na manhã seguinte, ele mandou um bilhetinho escrito: “Eu Também”).

Texto: Roberta Faria

Publicado originalmente na Revista Sorria, Edição 13. 

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