O Japão confiscou o passaporte de um jornalista que planejava viajar à Síria após o brutal assassinato no país de dois reféns japoneses nas mãos do grupo Estado Islâmico (EI), indicou neste domingo a imprensa nacional.
Trata-se da primeira vez que Tóquio toma este tipo de medidas, sob o argumento de que deve proteger a vida do jornalista, indicaram os meios de comunicação.
O ministério das Relações Exteriores confiscou no sábado o passaporte de Yuichi Sugimoto, um fotógrafo independente que havia planejado viajar à Síria no dia 27 para cobrir a situação nos campos de refugiados, entre outros lugares.
Mas o japonês, de 58 anos, que trabalhou em zonas de conflito no Iraque e na Síria durante anos, disse que não tinha a intenção de entrar em zonas controladas pelo EI, segundo a Kyodo News.
"Um funcionário do departamento de passaportes do ministério das Relações Exteriores veio e levou meu passaporte", declarou Sugimoto ao jornal Asahi Shimbun. "O que acontece com a minha liberdade para viajar e com a liberdade de imprensa?", se perguntou.
O jornalista Kenji Goto e o aventureiro Haruna Yukawa, ambos japoneses, foram executados nas últimas semanas pelo grupo jihadista EI na Síria.