separateurCreated with Sketch.

Os papas “verdes”

whatsappfacebooktwitter-xemailnative
Pe. Dwight Longenecker - publicado em 10/02/15 - atualizado em 26/02/25
whatsappfacebooktwitter-xemailnative
Francisco não foi o primeiro a defender a boa gestão do meio ambiente e do planeta onde vivemos. Descubra os Papas verdes

Papa Francisco foi sim, o primeiro a escrever uma encíclica com o tema do meio ambiente, a encíclica Laudato Sí.

A encíclica "Laudato Si'" do Papa Francisco, foi publicada em 2015 e aborda questões relacionadas ao meio ambiente e à responsabilidade humana em cuidar da Criação. 

É considerada uma das mais influentes do século XXI, tanto pela quantidade de traduções quanto pela resposta do público e das instituições.

"Laudato Si'" foi traduzida para mais de 50 idiomas. Essa diversidade linguística reflete o alcance global da mensagem do Papa sobre a crise ambiental.

Papa Francisco defende e pede que  para combater as mudanças climáticas no planeta.

O tema do meio ambiente é de importância mundial e também outros Papas, antes de Francisco, levantaram a questão. Vejamos:

Em 1990, João Paulo II chamou a atenção durante um discurso na Jornada Mundial da Paz ao instar os católicos a considerarem o mundo natural como uma criação de Deus cuja proteção é de nossa responsabilidade.

Bento XVI estava tão envolvido em questões ambientais que também ele foi chamado de "papa verde". Na Jornada Mundial da Paz de 2010, ele declarou: "Se queremos justiça e paz, temos que proteger o habitat que nos sustenta". Em seguida, citando um relatório da Academia Pontifícia de Ciências, ele recomendou que os líderes mundiais cortassem as emissões de dióxido de carbono, reduzissem a poluição existente e se preparassem para os impactos inevitáveis das mudanças no clima.

O mesmo Bento XVI também fez o que pôde no Vaticano: aprovou um projeto para cobrir a Sala Paulo VI com painéis solares, a fim de gerar energia suficiente para iluminar, aquecer e climatizar uma boa parte da cidade do Vaticano; adquiriu créditos de carbono através do financiamento de uma floresta na Hungria, o que faria da cidade-Estado católica o único país de todo o mundo a neutralizar totalmente as emissões de carbono; vários anos mais tarde, ele apresentou um novo papamóvel híbrido que seria parcialmente elétrico.

A National Geographic reproduziu os elogios feitos aos esforços de Bento XVI por Walter Grazer, conselheiro da Parceria Religiosa Nacional para o Meio Ambiente e ex-porta-voz da Conferência Episcopal dos Estados Unidos (USCCB): "Eu acho que é notável a grande atenção que ele deu ao meio ambiente. Para ele, este era um grande tema".


Em um artigo abrangente, J.J. Ziegler descreve a profundidade de pensamento que existe por trás da posição da Igreja a respeito das questões ambientais. Ele cita Kyle Kramer, autor de “A Time to Plant: Life Lessons in Work, Prayer, and Dirt” [“Tempo de plantar: lições de vida no trabalho, na oração e na sujeira”], dizendo: “O mundo é criação de Deus e o nosso papel é cuidar dele de forma responsável, para o bem de todas as pessoas e das outras criaturas, em especial dos mais pobres e das gerações futuras. A Igreja nos desafia a agir em solidariedade com a criação e com os pobres: ajudando os mais afetados pelos problemas ambientais, como as alterações climáticas e a seca; simplificando o nosso estilo pessoal de vida e de consumo; defendendo uma reforma política e econômica que nos leve a uma sustentabilidade social e ecológica de longo prazo".
 
A preocupação com o meio ambiente não faz parte apenas da preocupação com os pobres: ela também está relacionada com a espiritualidade autêntica. William Patenaude, que mantém um blog sobre ecologia católica, diz que o desafio de ser bons administradores dos recursos da terra "faz parte do próprio desafio de viver: temos que viver uma vida sóbria, equilibrada, virtuosa, sacramental, santa e focada em Deus e no próximo. Quando se busca primeiro a santificação, quando se luta para viver uma vida virtuosa, se é menos propenso a adotar comportamentos que diminuem a dignidade humana e prejudicam os ecossistemas. O consumismo excessivo dos indivíduos é sintoma, frequentemente, de uma alma que não está em paz; que procura a saciedade nas coisas mundanas".
 
Seguindo os passos dos seus antecessores, que sempre demonstraram preocupações sociais, o ensinamento do papa Francisco nasce, em primeiro lugar da preocupação com a salvação da humanidade.

Laudate ou Laudato?
Leia também :Laudate ou Laudato?
Newsletter
Você gostou deste artigo? Você gostaria de ler mais artigos como este?

Receba a Aleteia em sua caixa de entrada. É grátis!

Aleteia vive graças às suas doações.

Ajude-nos a continuar nossa missão de compartilhar informações cristãs e belas histórias, apoiando-nos.