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Meu filho quer dormir com a namorada aqui em casa, o que faço?

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Juan Ávila Estrada - publicado em 13/02/15
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Pais de família: saibam como agir
Como ser misericordiosos, mas mantendo nossos valores humanos e convicções religiosas? Qual é o ponto de equilíbrio para que nenhuma das verdades que defendemos esmague o amor que queremos manifestar àqueles que o Senhor coloca ao nosso lado? Isso não é fácil, mas tampouco impossível.
 
Em um mundo considerado “evoluído”, no qual as mudanças culturais e sociais são cada vez mais aceleradas e superficiais, é preciso enfrentar, como pais de família, as questões de filhos que são produto de uma subcultura e que, com uma mentalidade modernista, veem com aprovação o sexo antes do casamento, considerando-o como um meio de conhecimento prévio da outra pessoa.
 
Não satisfeitos com isso, pedem autorização aos seus pais para que sua namorada(o) possa passar a noite em casa de vez em quando, compartilhando o quarto. O que dizer a um filho ou filha que faz tal pedido?
 
Aqui é onde as convicções são colocadas à prova, diante da atitude compreensiva com um filho a quem se ama de verdade.
 
Para alguns, com mentalidade permissiva, a resposta será fácil e sem complicação alguma; para outros, no entanto, valorizar a sexualidade como um dom de Deus e incentivar a necessidade de saber esperar o momento oportuno pode ser verdadeiramente um desafio diante de quem lhe pede aprovação e apoio para viver a vida sexual desde o namoro.
 
O que você faria nesta situação? Esta não é uma pergunta boba, pois é uma situação cada vez mais comum. Os filhos costumam fazer propostas ousadas aos pais.
 
Alguns preferem autorizar que durmam em casa, antes de imaginar sua filha enfiada em algum lugar inadequado. Outros, no entanto, ficarão bravos.
 
Talvez a imagem da palmeira diante de um furacão possa nos ajudar. Por que a palmeira, sendo tão alta, não se parte ou não é arrancada do chão quando chega o vendaval? Por sua capacidade de dobrar-se, mas sem arrancar suas raízes, em meio à fúria do vento.
 
Da mesma maneira, um pai ou mãe de família pode assumir a atitude de saber sobrar-se até onde lhe for permitido, mas sem desarraigar-se das suas convicções – mais ainda quando elas estão baseadas no Evangelho.
 
Uma coisa é amar, e outra, bem diferente, é a permissividade em nome desse amor. Os jovens devem entender que o verdadeiro amor humano tem capacidade de espera, sabe ter paciência e educa a sexualidade para a vida, e não a vida para a sexualidade.
 
A autêntica misericórdia com os filhos sabe dizer um “não” firme, mas amoroso, produto da racionalidade e da argumentação, e não simplesmente partindo da proibição de uma ação “porque é pecado”.
 
Cada um desses jovens precisa compreender que a genitalidade é um dom de Deus e será compartilhada a partir de um plano divino – e não simplesmente como um instrumento de prazer ou diversão para os momentos de ócio.
 
O autêntico amor dos pais não é aquele que, por uma mal-entendida misericórdia, transige com condutas que podem ser profundamente nocivas segundo a convicção cristã. Os filhos não podem pular os princípios que regem a vida dos seus pais nem pretender que sejam pisoteados somente para dar renda solta aos seus desejos.
 
O amor e a misericórdia sempre têm um duplo caminho: dos pais com os filhos, mas também dos filhos com os pais.
 
É desejável que os progenitores acompanhem o namoro dos filhos, deem abertura para que os filhos possam levar seus namorados à casa dos pais, mas da maneira mais apropriada.
 
Ajude seus filhos a analisar cada comportamento, mas não somente pensando nas consequências imediatas, e sim também naquelas que, a médio e longo prazo, podem ser geradas.
 
A misericórdia faz entender, estende a mão e se torna um apoio na dificuldade, mas ela não cede diante do pecado nem da fraqueza, senão que ajuda aquele que cai a levantar.
 
Não é fácil educar os filhos, não há manuais para isso, mas, no amor verdadeiro, a comunicação não apenas se faz entender no que se quer, e sim também no que se sente.