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A enfermeira que venceu os nazistas

Irena Sendler – pt

© Mariusz Kubik

Javier Ordovás - publicado em 02/03/15

Irena Sendler, o "anjo do gueto de Varsóvia"

Irena Sendler (ou Sendlerowa) nasceu em 15 de fevereiro de 1910. Mais conhecida como "o anjo do gueto de Varsóvia", foi enfermeira durante a 2ª Guerra Mundial. Foi candidata ao Prêmio Nobel da Paz em 2007.

Em 1942, os nazistas criaram um gueto em Varsóvia e Irena, horrorizada pelas condições em que se vivia lá, uniu-se ao Conselho para a Ajuda de Judeus.

Ela mesma narra: "Consegui, para mim e para minha amiga Irena Schultz, identificações do departamento de saúde, uma de cujas tarefas era a luta contra as doenças contagiosas. Mais tarde, consegui passes para as outras colaboradoras. Como os alemães invasores tinham medo de que houvesse uma epidemia de tifo, toleravam que os poloneses controlassem o recinto".

Irena organizou uma rede para que as crianças judias fossem acolhidas secretamente por famílias polonesas, e queria que essas crianças pudessem recuperar seus verdadeiros nomes, sua identidade, suas histórias pessoais e suas famílias. Então, criou um arquivo no qual registrava os nomes das crianças e suas novas identidades.

Os nazistas souberam das suas atividades. Em 20 de outubro de 1943, Irena Sendler foi detida pela Gestapo e levada à infame prisão de Pawiak, onde foi brutalmente torturada.

Ela era a única que sabia os nomes e os endereços das famílias que albergavam as crianças judias. Suportou a tortura e se negou a trair seus colaboradores ou qualquer uma das crianças escondidas. Foi sentenciada à morte.

Em 1943, durante a Revolta de Varsóvia, ela colocou suas listas em dois frascos de vidro e os enterrou no jardim da sua vizinha para garantir que chegassem às mãos indicadas, se ela morresse.

Ao terminar a guerra, a própria Irena os desenterrou e entregou as anotações ao Dr.  Adolfo Berman, o primeiro presidente do Comitê de Salvamento dos Judeus sobreviventes. Infelizmente, a maior parte das famílias das crianças havia morrido nos campos de concentração nazistas.

No começo, as crianças que não tinham uma família adotiva foram cuidadas em diferentes orfanatos e, pouco a pouco, foram enviadas à Palestina.

Em novembro de 2003, o presidente da República, Aleksander Kwasniewski, outorgou-lhe a mais alta distinção civil da Polônia: a Ordem da Águia Branca. Irena foi acompanhada ao ato pelos seus familiares e por Elzbieta Ficowska, uma das meninas salvas, "a menina da colher de prata".

Em 2007, o governo da Polônia a apresentou como candidata ao Prêmio Nobel da Paz. No final, o prêmio foi dado a Al Gore.

Irena faleceu em Varsóvia (Polônia), em 12 de maio de 2008, aos 98 anos de idade.

A vida desta heroína foi levada às telas pela CBS, em "The Courageous Heart of Irena Sendler", em que foi interpretada pela ganhadora de um Oscar, Anna Paquin.

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