Uma análise verdadeiramente católica da protagonista de "50 tons de cinza"
Alguns seguidores me pediram para escrever sobre 50 Tons de Cinza. Sem querer ofender Maria, que ama e intercede por tantas Anastasias reais que infelizmente existem por aí, pensei em fazer uma comparação entre as atitudes de vida das duas. Como Anastasia Steele não existe e como a fictícia não se dá ao respeito, não precisei me preocupar em não ofendê-la. Apenas oro, compadecida, pelas Anastasias da vida real e pelos homens e mulheres influenciados pelas ilusões do livro e filme, pedindo a Deus que encontrem Maria.
Partilho o que pensei, a partir da ironia dos nomes, certamente escolhidos a dedo pela agora milionária Ms. E. L. James.
CHRISTIAN = cristão
GREY = variante de gray = cinza, nebuloso (Webster Dic.)
ANASTASIA = do grego – impossibilidade mórbida de levantar-se (Dic. Michaelis)
STEELE = homônimo homófono de steel = aço, resistência – nerves of steel = nervos de aço (Webster Dic.)
MARIA = Myriam, em hebraico = estrela, princesa, luminosa (Filho de Deus, Menino Meu)
Eis a comparação que Ms. James – espero! – talvez faça algum dia:
ANASTASIA STEELE, confusa e deslumbrada, chega aos bilionários domínios de Grey, Christian Grey. Sem que se dê conta, começa ali seu relacionamento de sevícias e escravidão sexual e emocional.
MARIA DE NAZARÉ, apaixonada por Deus, chega ao belo átrio do Templo de Deus, o Deus de Israel. Consciente e determinada, inicia ali, com alegria, sua vida de livre e feliz consagração a Deus.
ANASTASIA STEELE é seduzida pelo pretenso cavalheirismo, conversa sedutora e presentes caros de Christian.
MARIA DE NAZARÉ é livremente atraída pelo autêntico e verdadeiro amor de Deus que lhe deu a maior riqueza – ser purificada de todo pecado original – e lhe confia Seu Bem mais caro: o próprio Filho Jesus Cristo.
ANASTASIA STEELE, enceguecida, a confundir amor e prazer, recebe algemas de um sádico tirânico e violento, que a escraviza e compra sua mudez.
MARIA DE NAZARÉ, lúcida e em pleno uso da razão, recebe o anúncio de um anjo de Deus que a respeita e a deixa inteiramente livre para aceitar ou não ser mãe do Seu Filho pela ação do Espírito Santo, que lhe revela sua incomparável dignidade e a faz cantar em alto e bom som sua alegria na casa de Isabel.
ANASTASIA STEELE é ultrajada, desrespeitada, dominada, violentada por um homem egoísta, doente, obcecado pelo prazer, dinheiro e poder.
MARIA DE NAZARÉ é consultada, respeitada, libertada, amada pelo Deus de amor, de justiça, de liberdade, de esvaziamento de si por amor a ela e a todos os homens.
ANASTASIA STEELE é usada, rebaixada, como um objeto desprezível. Já doente e muitas vezes alcoolizada, já dependente do sexo sádico, já masoquista, consente em ser abusada, violentada, seviciada, destruída no corpo e na alma.
MARIA DE NAZARÉ entrega-se livre e cheia de amor à vontade de Deus de que seja a Virgem Mãe do Seu Filho. Lúcida, vive a obediência da fé e é elevada por Deus como A Mulher. Por amor a Deus e à humanidade, consente em ser a Bendita Mãe de Deus.
ANASTASIA STEELE consente no sexo sem amor e se faz estéril. Nega sua vocação à maternidade. Pela negação da graça, gera morte.
MARIA DE NAZARÉ consente na ação da graça da vontade de Deus. Sem conhecer homem, é fecunda. Acolhe sua vocação única à Maternidade e Virgindade. Pela ação do Espírito, gera Vida.
ANASTASIA STEELE não ama. Doente, manipulada, engana-se e confunde paixão com amor. Aliena-se em seu corpo, mente e alma. Entra em caminho de autodestruição.
MARIA DE NAZARÉ ama, com o amor que vem de Deus, o amor que se esquece de si. Na Anunciação, conhece o amor da Trindade, amor de doação. Mergulha na realidade e beleza da salvação. Entra em caminho para a feliz vida eterna.