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Carta de um bebê abortado à sua mãe

Monumento al niño no nacido – pt

© DR

Corazones.org - publicado em 13/03/15

Se um bebê abortado pudesse escrever à sua mãe, o que lhe diria?

Querida mamãe:

Sou seu filho, lembra de mim? Não desapareci, porque Deus me deu uma alma eterna no momento em que fui concebido. Nunca vi a luz do dia, mas vivo para sempre.

Eu sei por que você me matou. O homem que deveria ter sido meu pai estava longe do país. Você se sentia sozinha, porque ele estava muito ocupado com seus negócios. Em sua ausência, surgiu outro homem. Desse romance, eu fui gerado.

Nunca me esquecerei dos meses em que estive no seu útero. Eu me senti tão seguro e amado! Compreendo que você não me queria, pelo medo do que seu marido pensaria.

Não justifico seu crime, mas perdoo você. Perdoo meu pai, por ter sido tão irresponsável. Também perdoo aquele que, vestido de branco, manchou-se com o meu sangue. Quanta dor senti quando ele me espetou com aquela enorme agulha e depois me despedaçou! Sei que o barulho daquele aspirador que sugou meu corpo causou um trauma que você carrega em silêncio, tentando pensar que não foi nada. Mas era algo, sim. Era alguém, era eu, seu filho.

Mamãe, eu sei das suas longas noites em claro e dos seus sustos. Sei que você lutou muito interiormente sobre sua decisão de me abortar. No fundo, você me amava, mas seu medo foi maior.

Sei que você me amava, porque ainda sonha comigo e mais de uma vez você se perguntou se sou menino ou menina, e de vez em quando imagina como eu seria hoje, e que alegrias teria trazido à sua vida.

Sempre peço ao Papai Deus que apague do seu coração esses pesadelos que atrapalham seu descanso e a fazem morrer em vida. E que alegria senti quando você procurou um padre, que a ajudou a se reconciliar com Deus!

Mamãe querida, quero vê-la feliz. Lembre-se do que o padre lhe disse ao despedir-se: “Filha, Deus Pai fez sua obra de amor em você, e sua ferida vai se cicatrizar com o tempo”.

Enquanto lhe escrevo, tenho ao meu lado um amiguinho que foi abortado porque sua mãe achava que era nova demais para engravidar. Outro amiguinho foi abortado porque sua mãe tinha sido estuprada. O ódio foi descontado nele.

Mas ele se pergunta: “Por que ela matou a mim, se a pessoa a quem odiava era o homem que a estuprou? Eu a teria amado sempre, e jamais teria me envergonhado dela!”.

Aqui, só entendemos a linguagem do amor; por isso, não compreendemos esses “argumentos” sobre o aborto: má-formação do feto, estupro, dificuldades financeiras, por não querer mais filhos…

Não chore mais, mamãe. Confie em Deus, até que voltemos a nos encontrar. Enquanto isso, faça pelos meus irmãos o que você não pôde fazer por mim. Ame-os com um coração grande e generoso.

Talvez você se pergunte sobre o lugar onde estou. Não se preocupe, estou nos braços de Jesus, que me amou até derramar seu sangue por mim. Nele, todos nós encontramos a vida.

Termino pedindo-lhe um favor, não para mim, mas para outras crianças. Não deixe que os matem mais!

Se você conhecer uma mulher que quer abordar, ou alguém que faz campanhas a favor do aborto, ou um médico assassino que zomba de Hipócrates, ou uma enfermeira que colabora com esse crime, leve até eles o amor de Deus, nosso Pai.

Lembre-se de nós e peça-lhes que não matem mais. Diga que as crianças pertencem a Deus. Grite pelos quatro ventos que temos direito de viver, como eles, e que, ainda que ninguém nos ame, temos direito de viver e de amar.

Eu a espero aqui, para abraçá-la com todo o meu amor!

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