Assolada pelo terror da seita islâmica Boko Haram, a Nigéria vai às urnas neste sábado
“Independentemente de quem vencer as eleições de 28 de março, a Nigéria precisa de uma mudança na política", declarou o cardeal John Onaiyekan, arcebispo de Abuja, capital nigeriana. O país, que continua sofrendo a brutal violência da seita fundamentalista islâmica Boko Haram, realizará suas eleições presidenciais neste sábado.
“Eu acredito que a mudança é necessária. Não importa quem vai ganhar, se o PDP (partido no governo) ou o APC (oposição); quem quer que vença, vai ter que realizar mudanças, porque a população está descontente. O povo está com fome e sofrendo. Temos que nos lembrar da profecia de Isaías. Este ano está cheio de pessimismo, angústia e medo. É como se as pessoas não acreditassem mais no país. O povo tenta fugir, mas pessoas como nós não podem fugir. Nós temos que trocar o pessimismo pelo otimismo. O vencedor terá que agir de um modo diferente”.
O cardeal incentivou os fiéis cristãos a rezarem por eleições pacíficas. Onaiyekan também afirmou que tem confiança na derrota do grupo terrorista islâmico Boko Haram e falou do sofrimento do povo do norte da Nigéria, região mais atingida pela violência sectária.
Foi naquela região que, em abril do ano passado, o Boko Haram sequestrou 200 meninas de uma escola secundária em Chibok, no Estado de Borno. Passado quase um ano, elas ainda não foram encontradas. O exército reconquistou vários territórios ocupados pela seita fundamentalista no norte do país, mas não achou nenhum sinal das reféns. Houve muitos protestos internacionais exigindo a libertação das meninas, mas o Boko Haram afirmou apenas que as garotas foram obrigadas a se casar com membros da seita.
As eleições presidenciais na Nigéria estavam previstas para fevereiro deste ano, mas foram adiadas para permitir que a força militar multinacional que está combatendo o Boko Haram reconquistasse os lugares controlados pela seita. A força multinacional é formada pelos exércitos da Nigéria, Chade, Camarões, Níger e Benim, países que já sofreram ataques dos extremistas nigerianos. A seita pretende fundar um Estado 100% islâmico na região e, recentemente, jurou fidelidade a outro grupo terrorista que tem estarrecido o mundo com suas atrocidades: o Estado Islâmico.
Com informações da Agência Fides
“É preciso mudar a política: o povo está cansado”
Aleteia Brasil - publicado em 25/03/15
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