As grandes etapas da crise do programa nuclear iraniano desde agosto de 2002:
2002-2004 — CENTRAIS SECRETAS —
Após a revelação das centrais nucleares secretas em Natanz e Arak (centro) em agosto de 2002, o Irã aceita uma inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ela descobre traços de urânio enriquecido e fixa um ultimato em setembro de 2003.
No dia 21 de outubro de 2003, o Irã se compromete a suspender suas atividades para enriquecer urânio durante uma visita inédita a Teerã de chefes da diplomacia francesa, alemã e britânica. É assinado um acordo no dia 7 de novembro de 2004.
2005-2008 — ENRIQUECIMENTO A 3,5% E SANÇÕES —
No dia 8 de agosto de 2005, o novo presidente iraniano, o conservador Mahmud Ahmadinejad, retoma suas atividades de conversão de urânio em Isfahan (centro). Os europeus rompem as negociações.
As cinco grandes potências (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, China e Rússia) decidem no fim de janeiro de 2006 informar ao Conselho de Segurança da ONU. O Irã os desafia: anuncia no dia 11 de abril ter enriquecido pela primeira vez urânio (3,5%), depois rejeita uma oferta dos 5+1 – os cinco grandes e a Alemanha – para deixar as atividades de enriquecimento (21 de agosto) e inaugura um reator de água pesada em Arak.
Em 23 de dezembro de 2006, a ONU aplica suas primeiras sanções, que desde então foram reforçadas com regularidade, assim como as decidias por Estados Unidos e União Europeia (UE).
As negociações patinam. O Irã anuncia em 2007 ter superado as 3.000 centrífugas, um passo simbólico, já que permite virtualmente fabricar a matéria-prima para uma bomba atômica. Atualmente, tem cerca de 20.000, a metade delas ativas.
2009-2012 — ENRIQUECIMENTO A 20% E EMBARGO EUROPEU —
Em 2009, o novo presidente americano, Barack Obama, estende a mão ao Irã e oferece a superação de trinta anos de conflito. Teerã inaugura em 9 de abril uma usina de combustível nuclear em Isfahan (centro). No dia 25 de setembro, Obama e os líderes francês e britânico denunciam a construção secreta de uma segunda central de enriquecimento em Fordo (centro).
Em 9 de fevereiro de 2010, após o fracasso de um acordo negociado para enriquecer em um terceiro país, o Irã começa a produzir em Natanz urânio enriquecido a 20%.
Enquanto o Irã fala de um ataque preventivo, a AIEA publica em 8 de novembro de 2011 um documento sobre uma possível dimensão militar do programa iraniano. Em 9 de janeiro de 2012 anuncia que o Irã começou a enriquecer urânio a 20% em Fordo.
A UE decide em 23 de janeiro de 2012 congelar ativos do banco central iraniano e um embargo petrolífero aplicável em 1 de julho. As negociações do 5+1 são retomadas em abril após uma período de quinze meses.
2013 — ACORDO TEMPORÁRIO —
Eleito em junho, o presidente iraniano, Hassan Rohani, ex-negociador nuclear, obtém o aval do Guia Supremo, Ali Khamenei, para negociar. Washington e Teerã dialogam em segredo em Omã.
No dia 27 de setembro, em Nova York, Rohani e Obama se telefonam – a primeira vez desde 1979 – após um encontro ministerial entre o Irã e os países do 5+1.
No dia 24 de novembro, começam em Genebra as negociações sobre um acordo por seis meses que limita as atividades nucleares sensíveis em troca de um levantamento parcial das sanções.
2014 — NEGOCIAÇÕES PROLONGADAS —
As negociações para um acordo definitivo começam em 18 de fevereiro de 2014. Continuam em vários formatos mas, apesar dos intensos esforços diplomáticos, fracassam e devem se prolongar em duas ocasiões durante onze meses no total.
O acordo temporário se prolonga igualmente em paralelo. O Irã anuncia no dia 27 de agosto que modificará o futuro reator de Arak para limitar a produção de plutônio.
2015 — EM DIREÇÃO A UM ACORDO DEFINITIVO? —
As negociações são retomadas em janeiro com uma data limite fixada em 1 de julho e a esperança de um acordo político a partir de 31 de março.
Enquanto Israel continua com sua campanha contra um acordo, nos Estados Unidos a oposição republicana vence no Congresso e ameaça o Irã com sanções preventivas contra as quais Obama promete impor seu veto.
Os ministros das Relações Exteriores das grandes potências e do Irã se reúnem no dia 30 de março em Lausanne (Suíça) com o objetivo de superar os últimos obstáculos para um acordo de princípios, fundamental para continuar com as negociações até um acordo final tendo como data limite o dia 30 de junho.