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Estou doente, como posso viver a Semana Santa em casa?

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Aleteia Vaticano - publicado em 01/04/15
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Quem mais participa da Redenção é aquele que se une vitalmente ao mistério pascal de Jesus
Que paradoxo: muitos dos que poderiam ir à igreja nesta Semana Santa não irão simplesmente porque “não estão com vontade”; outros, que gostariam muito de ir às celebrações, não poderão ir, porque estão doentes ou são idosos demais.
 
A estas pessoas que gostariam de ir, mas não poderão, eu gostaria de dizer uma coisa: quem mais participa da Redenção não é aquele que materialmente assiste aos ofícios da Semana Santa, mas aquele que se une vitalmente ao mistério pascal do Senhor.
 
Há pessoas que podem participar de todas as atividades que a paróquia organiza, mas por mero costume ou sem reta intenção; inclusive podem ir para “aparecer”, ter fama ou prestígio, obter vantagens pessoais etc. Aqui, não estamos nos países orientais, nos quais ir até a igreja é arriscar a vida.
 
Quem não retifica sua intenção aproveitará muito pouco das celebrações, talvez nem aproveite nada ou até saia prejudicado; sua consciência ficará mais adormecida, achará que é um herói por chegar cansado a casa. Mas de que adiantam os sacrifícios físicos, se não levam à conversão? De que me serve o cansaço físico, se ele não toca minha vida e continuo com os mesmos vícios?
 
A doença ou velhice em si não mudam a atitude com relação a Deus e à salvação, mas, quando o sofrimento visita a pessoa e ela experimenta sua impotência, limitação e finitude, ou quando vislumbra a proximidade da morte, tudo pode mudar.
 
É a oportunidade de dirigir o olhar a Deus, às realidades eternas, de suplicar a assistência divina para não cair na angústia, de pedir a graça de não ficar centrado em si mesmo ou afundar na depressão.
 
A Semana Santa, vivida em um leito de hospital ou em uma cadeira em casa, pode ser a oportunidade de que eu precisava para sair da minha rebeldia com Deus, de maravilhar-me diante do seu amor, que foi capaz de entregar seu próprio Filho pela minha salvação; de unir-me à Paixão desse Filho para colaborar com a redenção da minha família e da humanidade. Outros conseguiram isso, por que eu não?
 
Santa Teresinha do Menino Jesus, enferma de tuberculose, prostrada em uma cama, com crises terríveis de tosse e vômitos de sangue, com momentos de inconsciência devido à dor e espantosas dúvidas de fé, sabia que, ainda que não visse a luz por causa dessas espessas nuvens que a cercavam, por trás da escuridão o sol continuava brilhando e, passada a hora das trevas, essa luz não somente a iluminaria, mas a envolveria e transformaria.
 
Se o Senhor olhou para nós com predileção e nos convida a participar da sua cruz, ainda que neste momento não compreendamos, ainda que para nós seja uma noite escuta, aproveitemos!
 
Contemplemos a Paixão do Senhor, unamo-nos a ela, aceitemos nosso sofrimento e ofereçamos tudo isso àquele que “me amou e se entregou por mim”, àquele que “me amou primeiro”. Ofereçamos nosso sofrimento pela nossa salvação, pela nossa família, pelos padres, pelo Papa, pela humanidade inteira.
 
Da nossa casa, da nossa cama, podemos rezar; podemos assistir às celebrações pela televisão ou internet; ver algum filme sobre a Paixão; alguém pode ler para nós as leituras das celebrações da semana etc.
 
E aí, da nossa cruz, com nossa oração, podemos apoiar a Igreja e salvar a humanidade.