Combatentes islâmicos libertaram na noite desta segunda-feira 300 civis curdos sequestrados horas antes em um posto de controle na província de Ibleb, no noroeste da Síria, indicaram fontes curdas e uma ONG.
"As 300 pessoas a bordo de cinco ônibus e um micro-ônibus procedentes da localidade curda de Afrin foram libertadas na noite de segunda-feira, após passar o dia em poder do grupo islâmico Jeich al-Islam quando se dirigiam a Aleppo para receber seu salário", anunciou à AFP Nawaf Khalil, porta-voz na Europa do Partido da União Democrática (PYD).
"Foram libertados em troca de três combatentes islâmicos que tinham sido detidos previamente pelas forças curdas de Afrin", explicou. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) confirmou a libertação do grupo.
Os grupos islâmicos aliados aos jihadistas da Frente Al-Nosra são muito ativos na província de Idleb, onde combatem o regime de Damasco.
O sequestro foi confirmado por outro funcionário do PYD e um jornalista de Afrin, que indicou que as mulheres que estavam no ônibus foram liberadas enquanto homens e crianças ficaram em poder dos sequestradores durante o dia.
O jornalista Ali Abdel Rahman indicou que os curdos foram sequestrados em "Ad-Dana, que está sob o controle de facções islâmicas e da Frente Al-Nosra."
A Al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda, assumiu o controle de Idleb, capital da província de mesmo nome, em 28 de março, com o apoio de uma coalizão de organizações rebeldes islâmicas.
Não é a primeira vez que este grupo e seus rivais do Estado Islâmico (EI) sequestram numerosos curdos ou cristãos. Em fevereiro, este último sequestrou 220 cristãos assírios.
Há quatro anos, a Síria vive uma guerra civil, que se tornou muito complexa com a ascensão de grupos jihadistas que combatem tanto as forças do regime quanto os rebeldes moderados.
Por outro lado, na província de Hama, sete pessoas morreram e 28 ficaram feridas em bombardeios do EI contra Salamiyé, uma localidade de população ismailita, um braço do Islã derivado do xiismo, indicou o OSDH. Em represália, o Exército respondeu bombardeando a área leste da cidade controlada pelos jihadistas do EI e da Frente Al-Nosra.
Em 31 de março, na mesma região, o EI executou pelo menos 30 pessoas, incluindo crianças, em um ataque contra Majaubé, cidade mista onde coabitam sunitas, alauitas e ismailitas.