O julgamento da pior catástrofe industrial da história da Turquia, que matou 301 mineiros no ano passado na cidade de Soma, começou nesta segunda-feira, mas foi adiado pouco depois a pedido das famílias.
Dezenas de pessoas, incluindo oito executivos, são acusadas no processo que acontece em Akhisar (oeste da Turquia), a 40 km do local da tragédia, e conta com um grande dispositivo policial.
Mas o julgamento foi imediatamente adiado, depois que os advogados das famílias das vítimas argumentaram que os oito executivos da empresa de mineração que compareceriam por videoconferência (por questões de segurança) deveriam prestar depoimento pessoalmente.
Para os oito executivos, excepcionalmente acusados de "assassinatos", o promotor solicita penas de até 25 anos de prisão para cada uma das vítimas da tragédia.
No total, 45 pessoas sentarão no banco dos réus, acusadas de falha na segurança dos trabalhadores por razões de rentabilidade.
A tragédia aconteceu em 13 de março de 2014, quando um incêndio foi declarado em um dos poços da mina de carvão do grupo Soma Kömür, o que deixou quase 800 trabalhadores presos a centenas de metros de profundidade.
Segundo a investigação judicial, muitos mineiros morreram rapidamente, queimados ou intoxicados. Após quatro dias de buscas, o balanço definitivo da catástrofe ficou em 301 mortos e 162 feridos.