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A evolução não acontece por acaso, mas segue “direcionamentos internos precisos”

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Unione Cristiani Cattolici Razionali - publicado em 14/04/15
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O darwinismo “clássico” enfrenta o peso de novas provas científicas
Stuart A. Newman, professor de Biologia do New York Medical College, explicou que o "gradualismo adaptacionista, embora ainda popular em alguns círculos científicos, é cada vez mais questionado e considerado defeituoso pelos biólogos evolucionistas que trabalham com um conjunto mais amplo de disciplinas". Isto porque "o cenário físico-genético para a origem das formas multicelulares complexas não é aberto e ilimitado", mas responde a “direcionamentos internos pré-existentes”.

Vários outros evolucionistas, já faz algum tempo, vêm reconhecendo a direcionalidade interna da evolução biológica, deixando de lado a aleatoriedade extrema elevada a divindade por certos polemistas antiteístas. Por exemplo, o zoólogo Ludovico Galleni, da Universidade de Pisa, falou de "um sinal claro da presença de determinações internas, morfológicas e/ou genéticas, que, uma vez atingida uma solução morfológica, condicionam os passos seguintes indo muito além do jogo desarticulado entre mutação e seleção" (L. Galleni em “Complessità, evoluzione, uomo”, Jaca Book 2011, pág. 162).

Em suma, o que impulsiona a evolução (incluindo a humana) não é apenas a casualidade, mas, acima de tudo, uma misteriosa direcionalidade. A célebre revista New Scientistabordou o assunto em seu último número, com repercussões na mídia em geral, relatando que, em última análise, a evolução parece cada vez menos aleatória. A revista dá a palavra ao biólogo Andreas Wagner, da Universidade de Zurique e do Instituto Santa Fe, que, há dez anos, estuda as mutações aleatórias da evolução e chegou a esta conclusão em seu livro "Arrival of the Fittest: Solving Evolution’s Greatest Puzzle?" (Current 2015): mais que de "sobrevivência do mais apto", deveríamos falar de "chegada ao mais apto". Uma chegada que não é fruto da aleatoriedade em meio a um número enorme de tentativas, mas fruto de "direcionamentos" precisos através dos quais a evolução encontra a inovação de modo mais eficiente e cada vez mais distante da casualidade.

Vêm à mente as palavras do famoso biólogo e geneticista norte-americano Richard Lewontin, quando explicou que "o segredo da evolução, ainda vastamente misterioso, reside sem dúvida em propriedades internas, na organização dos sistemas genéticos, não na seleção natural". O principal argumento da propaganda cientificista, vale salientar, é, portanto, uma crença antiquada e incorreta. "A seleção natural é o relojoeiro cego, cego porque não vê nada à sua frente, não planeja consequências, não tem nenhuma finalidade em vista", escreveu Richard Dawkins em 1996. Eram declarações anacrônicas já naquela época.

Mas, ainda que Dawkins estivesse certo, onde estaria o problema se a evolução biológica não fosse teleológica? Não haveria problema, explica o filósofo alemão Robert Spaemann, da Ludwig-Maximilians-Universität de Munique: "Não é necessário que o processo evolutivo seja compreendido como um processo teleológico, ou seja, que o gerador da novidade não seja o acaso. O que do ponto de vista da ciência natural é acaso, pode ser intenção divina tanto quanto aquilo que é reconhecível por nós como um processo orientado a um fim. Deus age tanto através do acaso quanto através de leis naturais" (R. Spaemann, "Dio oggi. Con Lui o senza Lui cambia tutto", Cantagalli 2010, pág.75).

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