Toda e qualquer pessoa que está na face da Terra nasceu da fecundação de um óvulo por um espermatozoide. Portanto, nasceu de um ato conjunto entre mulher e homem. É inegável que a relação de todo filho com a mãe que o nutriu no próprio útero durante nove meses é especialíssima, mas a visão que insiste em negligenciar o peso da paternidade na geração de um filho é parcial e danosa para todos: para os filhos, para as mulheres e para os homens. É incoerente esperar que os homens cresçam na consciência da própria importância como pais quando, ao mesmo tempo, se finge que a concepção não faz parte da maravilha que é a geração de um novo ser humano. Um filho é fruto de mãe e pai. Sempre.
Nem os homens nem as mulheres precisam que o sexo oposto "tenha pena" deles. Homens e mulheres precisam apenas que o sexo oposto os respeite e tenha o bom senso de enxergar e levar em conta as diferenças e semelhanças que os caracterizam. Toda pessoa, seja do sexo que for, tem fraquezas; e a maior delas, provavelmente, é a de sentir-se mais forte do que se é de fato. Sofrem dessa fraqueza tanto o machista quanto a femista que se acha (ou finge que é) mais forte com base em fatores biológicos ou psicológicos, quando tanto a biologia quanto a psicologia são dimensões de uma unidade humana muito mais complexa, na qual uma série de fraquezas coexiste com uma série de forças. A ótica míope de "poder" ou "empoderamento" não ajuda a desenvolver a supostamente procurada complementaridade entre os sexos, já que insiste na superficial e contraproducente oposição entre eles, como se um não precisasse do outro. As pessoas que têm sucesso na relação com as outras pessoas são as que entendem que todos temos fraquezas e forças e se dispõem a trabalhar na complementaridade que enriquece a ambos, e não as que presumem ter "poder" sobre o outro com base em critérios ideológicos que apenas alimentam a incompreensão recíproca.
Desafiadora a comunicação entre esses tais seres humanos, não?