A organização Human Rights Watch (HRW) acusou novamente neste domingo a coalizão árabe que interveio no Iêmen sob a égide da Arábia Saudita de usar armas de fragmentação, que multiplicam o risco de afetar civis, em especial crianças.
A HRW citou pelo menos dois casos de vítimas civis destas armas proibidas por um tratado internacional. Em 27 de abril, perto da cidade de Al Amar, na região rebelde de Saada (norte do Iêmen), pelo menos dois civis foram feridos por uma bomba de fragmentação que tinha sido lançada de uma aeronave.
Em 29 de abril, na cidade de Baqim, perto da fronteira saudita, quatro civis, incluindo um menino de 10 anos, ficaram feridos em uma explosão de uma bomba de fragmentação.
Estas bombas têm a particularidade de conter um dispositivo que, quando aberto, libera um grande número de pequenas bombas – disse a organização em comunicado.
A Human Rights Watch menciona dois outros atentados em 23 de maio, também na região de Saada, onde tais bombas foram usadas embora ninguém tenha ficado ferido. "As submunições não explodem imediatamente e têm a capacidade de ferir e matar os que a tocam acidentalmente", disse a organização.
No último 3 de maio a Human Rights Watch já havia acusado a coalizão de utilizar armas de fragmentação fornecidas pelos Estados Unidos em sua campanha aérea no Iêmen contra os rebeldes xiitas apoiados pelo Irã.
Nem a Arábia Saudita, nem os Estados Unidos, nem o Iêmen ratificaram a Convenção Internacional sobre Armas de Fragmentação, aprovada em 2008 por 116 países.As dezenas de munições contidas nestas bombas se tornam minas suscetíveis de matar ou mutilar civis muito depois de seu lançamento, dizem as organizações humanitárias.