A ONU não incluiu Israel nesta segunda-feira em sua "lista da vergonha", que inclui países e grupos que violaram os direitos das crianças em conflitos armados, apesar dos apelos de ONGs depois da guerra em Gaza no verão passado.
Organizações como a Human Rights Watch (HRW) pediram ao Secretário-Geral, Ban Ki-moon, que acrescentasse Israel e o movimento palestino Hamas nesta lista. Mais de 500 crianças foram mortas durante o conflito em Gaza em junho e julho de 2014.
Ban decidiu não incluir Israel nesta lista, embora tenha se declarado "extremamente preocupado" com as "graves violações sofridas pelas crianças durante as operações militares israelenses em 2014". Ele expressou "sérias preocupações relativamente ao cumprimento por Israel com o direito internacional humanitário".
O embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, se mostrou satisfeito: Ban "estava certo em não submeter ao comando de organizações terroristas e dos Estados Árabes, na sua decisão de não incluir Israel nesta lista da vergonha, junto a organizações como o Grupo Estado Islâmico (EI), a Al-Qaeda e os Talibãs".
O conflito de 50 dias em 2014 entre Israel e o Hamas em Gaza matou 539 crianças e deixou 2.956 feridos. Entre estes, muitas crianças palestinas ficaram feridas e outras sofreram lesões cujas sequelas serão sentidas para o resto da vida, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A lista atualizada e divulgada nesta segunda-feira pela ONU inclui 51 entidades, incluindo o Boko Haram, o grupo EI, e os exércitos de oito países, incluindo a Síria, o Iêmen, a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul.