A China só enviará pedreiros chineses a Israel se o Estado hebreu se comprometer a não fazê-los trabalhar nas colônias da Cisjordânia ocupada, indicou nesta segunda-feira à AFP um funcionário do governo israelense.
"Estamos negociando com a China para chegar a um acordo sobre a chegada de milhares de trabalhadores suplementares. Até o momento estas negociações tropeçaram em vários temas, como o emprego destes imigrantes nas implantações de Judeia-Samaria", o nome que os israelenses dão à Cisjordânia, afirmou este funcionário, que pediu o anonimato.
"Pequim pede que nos comprometamos que (os trabalhadores) não estarão empregados nesta região, o que representa um problema", acrescentou.
Até agora, os trabalhadores chineses viajavam a Israel no âmbito de contratos privados fechados entre empresas israelenses e chinesas. Os dois países começaram há um ano e meio negociações sobre um acordo para criar contratos de trabalho para imigrantes chineses.
O governo de Benjamin Netanyahu dificilmente poderá aceitar a condição levantada pela China ao não dispor de uma maioria no Parlamento.
O funcionário declarou que o pedido de Pequim "não tem nenhuma relação com a campanha mundial lançada pelo BDS", as siglas de Boicote, Desinvestimento e Sanções, um grupo de ONGs que pede o boicote a Israel para denunciar a ocupação dos territórios palestinos.
As construções nas colônias, onde 400.000 israelenses vivem, representam 3% do conjunto das construções em andamento em Israel, segundo o Escritório Central de Estatísticas.
Esta divergência ocorre em um contexto tenso: nos últimos dias, um grande sindicato de estudantes britânico se uniu ao BDS e os palestinos tentaram obter a suspensão de Israel da Fifa.