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Ao pedir a intercessão dos santos estamos evocando os mortos?

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Benedictus - publicado em 15/06/15
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Se você não sabe a diferença entre intercessão dos santos e evocação dos mortos, precisa ler esta explicação
Alguns cristãos não-católicos não concordam quando nós, católicos, pedimos para os santos que estão no céu para que intercedam por nós aqui na terra. Para essas pessoas, pedir a intercessão dos santos seria a mesma coisa que evocar os mortos, o que de fato é algo condenado pelas Escrituras. mMas será mesmo que é a mesma coisa? 

“… nem quem recorra à magia, consulte oráculos, interrogue espíritos ou evoque os mortos” – (Dt 18, 11). 
 

Esta é a passagem bíblica usada pelos não-católicos para acusar os católicos por pedirem intercessão aos santos no céu. Nós somos acusados por evocação de mortos! Essa acusação é apenas um mal-entendido sobre os ensinamentos da Igreja enquanto o orar aos santos, e também um mal entendido em relação à interpretação desta passagem.

Na realidade, o texto inteiro se refere ao ocultismo, está passagem fala de pessoas que fazem apelos a forças satânicas em busca de poder, maldição sobre seus inimigos, etc. Nós católicos certamente não evocamos os mortos, não buscamos fazer com que os santos apareçam para nós, não interrogamos os espíritos, não usamos serviços como bruxaria, feitiçaria, adivinhação, etc.

Orar para os santos não possui nenhuma relação com o contexto desta passagem. Esta passagem refere-se ao ocultismo, em nenhum lugar deste texto fala que não podemos pedir a intercessão dos santos no céu – membros do corpo de Cristo – por nós aqui na terra.

Contudo, alguns ainda irão dizer que pedir a intercessão dos santos é a mesma coisa que evocar os mortos… Será? 
 

Onde é a morada dos mortos? No céu? Jesus diz nas escrituras: 

“… E quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus vos disse: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó? Ele é Deus não de mortos, mas de vivos” (Mt 22, 31-32). 

Deus não é o Deus dos mortos, mas dos vivos. Os santos, as pessoas boas estão vivas! Eles morreram fisicamente sim, mas qual é o sentido real da morte? A morte temporária do corpo aqui na terra, ou a morte eterna de uma alma que se separa do amor de Deus? Aqueles que morreram em amizade com Cristo, estão na verdade mais vivos que nós que estamos aqui na terra.

Mas, se ainda assim, evocação dos mortos se refere aos santos que estão no céu, não teria Deus então, quebrado seu próprio mandamento na transfiguração? 
 

“… Seis dias depois, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os fez subir a um lugar retirado, numa alta montanha. E foi transfigurado diante deles: seu rosto brilhou como o sol e suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus” (MT 17, 1-3). 

Moisés e Elias apareceram e conversaram com Jesus, teria Jesus quebrado seu próprio mandamento por evocar os mortos? Isso é muito mais que pedir a intercessão de um santo, nesta passagem Moisés e Elias estão frente a frente não só com Jesus, mas também com os que acompanham Jesus. Jesus teria quebrado seu próprio mandamento? Não! Porque o Senhor é Deus dos vivos e não dos mortos, Moisés e Elias estão vivos, ao contrário Jesus teria nos dado um mau exemplo por evocar e conversar com os mortos, mas nós sabemos que este não é o caso.

Esse texto de Deuteronômio refere-se então a pratica do ocultismo e não possui nenhuma ligação com o que os católicos fazem ao pedirem intercessão para os santos. Quando os católicos pedem intercessão aos santos, não quer dizer que estamos adorando os santos, ou adorando Maria, estamos simplesmente pedindo a intercessão deles por nós, assim como fazemos entre nós aqui na terra.

Nós não adoramos os santos, nós não atribuímos a eles nada que deve ser atribuído somente a Deus. Como foi dito no começo, tudo não passa de um mal-entendido sobre o que ensina a Igreja e sobre interpretar corretamente o texto de Deuteronômio.

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