Laicismo anticristão mente descaradamente sobre o real papel da Igreja no progresso científicoA carta encíclica “Fides et Ratio“, de São João Paulo II, aborda com profundidade a relação entre fé e razão, “as duas asas com as quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade”. A Igreja considera que a ciência é um instrumento imprescindível para que a humanidade conheça as maravilhas do universo e entenda cada vez mais claramente a estrutura, a ordem lógica e a origem do mundo criado, a fim de nos ajudar a responder às perguntas cruciais sobre o sentido da vida: quem somos, de onde viemos e para onde vamos. A fé não tem medo da verdade: pelo contrário – a verdade científica destaca ainda mais a abertura do espírito humano à transcendência e ao mistério. Não poucas vezes, é a ciência que tem medo da fé.
O próprio Vaticano possui um observatório astronômico, premiado internacionalmente. Além disso, a Santa Sé mantém a Pontifícia Academia de Ciências, da qual fizeram parte nada menos que 70 cientistas ganhadores do Prêmio Nobel. São centenas as universidades de destaque mundial criadas e mantidas pela Igreja. São muitos e relevantes os cientistas que reconhecem as limitações da razão diante do mistério. São muitos os cientistas e seus familiares que se convertem à fé. E é longa a lista de descobertas científicas e avanços tecnológicos que devemos a religiosos e religiosas.
O interessantíssimo blog brasileiro História da Ciência tem a proposta de divulgar a participação de clérigos em descobertas científicas e tecnológicas, para derrubar com fatos documentados a mentira de que a Igreja é “inimiga da ciência” e “defensora do obscurantismo e da superstição”, lenda negra obstinadamente martelada pelo laicismo antirreligioso que domina (e manipula) o ensino moderno (que, por sinal, vai de mal a pior).
Do blog citado e recomendado, destacamos algumas das matérias:
NOTAS MUSICAIS – O sistema para representar as notas musicais foi criado pelo monge Guido d’Arezzo, que viveu na Idade Média, entre 992 a 1050.
CRATERAS DA LUA – Cada cratera da lua tem um nome, conforme um sistema de nomenclatura criado pelo astrônomo e sacerdote jesuíta Giovanni Battista Riccioli (1598–1671).
ARCO-ÍRIS – Na Idade Média, o monge dominicano Teodorico de Freiberg (1250-1350) conseguiu reproduzir o arco-íris primário e secundário e escreveu o livro “Sobre o Arco-Íris e as Impressões Causadas pelos Raios”. O padre inglês Roger Bacon e o arcebispo de Spalato, Antonius de Dominis, também apresentaram importantes contribuições para o estudo do fenômeno.
INTERIOR DA TERRA – Athanasius Kircher foi um jesuíta de grande influência no século XVII, com estudos sobre vulcões, peste bubônica, elefantes, egiptologia e matemática. Foi ainda inventor e escreveu mais de quarenta livros, entre eles o famoso “Mundus Subterraneus” (1665), explicando o entendimento da época sobre o interior da Terra.
CIÊNCIAS NATURAIS – Em Luzerna, SC, um Museu de Ciências Naturais que expõe animais como o gavião real, o lobo guará, a onça pintada e uma diversidade de insetos, além de um esqueleto humano, foi idealizado e organizado pelo frei alemão Miguel Witte (1885- 1967), que dedicou grande empenho ao ensino das Ciências Naturais e da arte fotográfica.
RELÓGIOS – Os relógios tiveram importante evolução durante a Idade Média. Entre as muitas pessoas que trabalharam para aperfeiçoá-los, destaca-se o abade Richard de Wallingford, citado no livro “Uma Breve História dos Relógios”, do professor José Maria Bassalo.
AVIAÇÃO – Todos os anos, a Força Aérea Brasileira concede a Medalha Bartolomeu de Gusmão a pessoas que prestaram serviços importantes para a aeronáutica. A medalha tem o nome do padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão (1685-1724), um dos precursores da aviação.
CÉLULAS – O botânico Jean-Baptiste Carnoy promoveu o uso do microscópio e foi pioneiro no estudo das células. É dele a criação da importante fórmula da medicina conhecida como “solução de Carnoy”. Carnoy nasceu em 1836 na Bélgica e tornou-se sacerdote em 1861, doutorado-se em Ciências Naturais em 1865.
BIG BANG – A Agência Espacial Europeia homenageou o físico Georges Édouard Lemaître (1894-1966) dando o seu nome a uma missão espacial de abastecimento da Estação Espacial Internacional. Lemaître era sacerdote católico e é um dos precursores da teoria do Big Bang.
GEOFÍSICA – Todos os anos, a União Geofísica Americana concede a medalha James B. Macelwane a um cientista de até 36 anos de idade que tenha prestado contribuições significativas à Geofísica. O nome da medalha é uma homenagem ao padre jesuíta James B. Macelwane (1833–1956), que se dedicou com grande empenho ao ensino para jovens cientistas.
TERREMOTOS – O norte-americano James B. Macelwane, filho de um pescador, tornou-se jesuíta em 1905. Graças aos estudos que fez na ordem religiosa, doutorou-se em Física com uma dissertação sobre sismologia em 1923.
MANCHAS SOLARES – O monge Benedetto Castelli, amigo e colaborador de Galileu Galilei, desenvolveu um método para projetar a imagem do sol sem prejudicar a visão, ajudando assim no estudo feito por Galileu sobre as manchas solares.
MEDIÇÃO ELETROMAGNÉTICA DE VAZÃO – O primeiro medidor eletromagnético de vazão, instrumento que permitiu avanços significativos na indústria, foi construído pelo inventor e sacerdote suíço Boaventura Thurlemann.
ÁTOMOS E MOLÉCULAS – O cientista que recuperou as ideias dos antigos gregos sobre a existência dos átomos e que fez a primeira distinção entre átomos e moléculas foi Pierre Gassendi, nascido na França em 1592 e ordenado padre em 1616.
GENÉTICA – Ao estudar ervilhas, o monge católico Gregor Mendel (1822-1884) fez as descobertas científicas que deram origem à Genética.
PLANETA-ANÃO – Em 1801, o padre italiano Giuseppe Piazzi descobriu o planeta-anão Ceres, no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. O padre Piazzi era diretor do Observatório Astronômico de Palermo e colaborou intensamente para que o observatório se desenvolvesse.
ESTRELAS BINÁRIAS – A importância do astrônomo Christian Mayer é tamanha que uma cratera da Lua foi nomeada em sua homenagem. Ele ajudou a implantar observatórios na Alemanha, estudou o movimento das estrelas e elaborou um catálogo com dezenas de estrelas binárias observadas a partir de 1776. Ele era padre jesuíta e estava na Companhia de Jesus desde 1745.
Ainda assim, é grande o número de laicistas intelectualmente desonestos que teimam em pré-julgar uma Igreja que sequer conhecem – muito em desacordo com seu próprio mantra de se livrar de boatos infundados em vez de engoli-los cegamente… Ao se fecharem arrogantemente ao que não conseguem entender, esses pseudo-cientistas incorrem no mesmo dogmatismo cego que, ironicamente, atribuem à Igreja; ou, prescindindo de toda ética, se comportam como deuses e causam catástrofes criminosas em nome de uma ciência que não passa de ideologia irresponsável; ou se alinham à prepotência eugenista do nazismo; ou deixam de enxergar a beleza que vai muito além da estreitez dos seus conceitos anticientíficos disfarçados de progresso humano – e propõem genuínas barbaridades.
Ah, mas e Galileu? Aqui. E a Inquisição? Aqui. E as Cruzadas? Aqui. E… e… e…
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