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O trauma infantil que transformou o Papa Francisco

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Portaluz - publicado em 22/06/15

A reveladora carta na qual o Papa conta sobre uma dificuldade que marcou dolorosamente sua infância e que lhe ensinou uma grande lição

O sacerdote e destacado mariólogo brasileiro Alexandre Awi, em uma entrevista dada no Chile em abril de 2015, compartilhou uma inédita e emotiva vivência do Papa Francisco, que nos mostra sua “humanidade” e a riqueza espiritual que, desde a infância, forjou a alma daquele que é hoje o Vigário de Cristo na terra.

O Pe. Alexandre conta que, logo após a JMJ 2013 (na qual trabalhou como tradutor e secretário do Papa Francisco), escreveu para uma revista salesiana do Brasil um artigo sobre a “cultura do encontro”, comentando a riqueza pastoral, espiritual e outras que, a seu ver, o Papa oferece ao mundo com esta proposta.

Já no Documento de Aparecida (e muito antes dele), o atual Vigário de Cristo se referia a esta questão, que foi um eixo temático nas catequeses do seu pontificado. Mas o que o Pe. Alexandre desconhecia era que o anseio por uma “cultura do encontro” estava profundamente arraigado nas experiências vividas na infância por Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco.

Foi o próprio Pontífice quem revelou isso ao Pe. Alexandre, em uma carta na qual lhe agradece pelo seu artigo:

“Obrigado pelo artigo sobre a cultura do encontro. Acho que preciso lhe contar algo sobre esta expressão. Quando refizeram a fachada da catedral de Buenos Aires, optaram por copiar o modelo da Madeleine de Paris e, como era a época da reorganização nacional e se buscava a unidade da nação, optaram por esculpir no frontispício a cena do encontro de José com seus irmãos. Essa imagem me tocou profundamente – acho que, em parte, devido à minha
história familiar e, em grande parte, pela graça de Deus.



Em minha família, houve uma longa história de desencontros. Tios, primos brigados e separados. Quando se comentava algum caso desses ou se pré-anunciava alguma briga, eu, criança, chorava muito, escondido, e às vezes oferecia algum sacrifício ou alguma penitência, para que essas coisas não acontecessem. Isso me machucava muito. Graças a Deus, na minha casa, meus pais e os 5 irmãos vivíamos em paz.



Acho que esta história da minha infância me marcou muito e foi criando no meu coração a vontade de que as pessoas não brigassem, de que continuassem unidas. E, se brigassem, que depois se reconciliassem.



Releio o que escrevi e me dá um pouco de vergonha, mas acho que nesta história já uma espécie de semente do que, com o passar dos anos e de maneira conceitual, chamei de ‘cultura do encontro’. É um anseio que carrego desde criança.”

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