O presidente do Conselho italiano, Matteo Renzi, reagiu duramente e criticou, nesta quinta-feira, os colegas da União Europeia por sua falta de solidariedade diante do fluxo migratório pelo Mediterrâneo.
"Se essa é sua ideia da Europa, fiquem com ela", disse Renzi, furioso, segundo uma fonte diplomática.
"Ou prestam solidariedade, ou não nos façam perder tempo", acrescentou Renzi, de acordo com a mesma fonte.
Foi assim que Renzi falou com seus homólogos da UE reunidos em uma cúpula em Bruxelas. No encontro, rejeitou-se uma proposta da Comissão Europeia para instaurar um mecanismo de distribuição dos pedidos de asilo recebidos por Itália, Grécia e Malta, com base em cotas obrigatórias por país.
A Comissão propôs repartir, entre os 28 países-membros do bloco, 40.000 solicitantes de asilo originários da Síria, ou da Eritreia, que chegam à Europa.
O objetivo é aliviar os países mais expostos ao fluxo migratório para administrar os pedidos e organizar sua acolhida.
"Se não quiserem tomar 40.000 não são dignos de se chamar Europa", exasperou-se.
A Itália administra um fluxo incessante de imigrantes que tentam chegar ao país, cruzando o Mediterrâneo. Muitas vezes, a viagem termina em tragédia.
Mais de 100.000 migrantes cruzaram o Mediterrâneo este ano.
Em abril, a UE realizou uma cúpula de emergência, em consequência do naufrágio da embarcação com 800 pessoas a bordo, rumo à Europa.