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O número 666 é perigoso?

How Would You Recognize the Devil If He Walked Up to You on the Street GARRY KNIGHT – pt

GARRY KNIGHT

O Catequista - publicado em 29/06/15

Descubra o que está por trás do famoso "número da Besta" e a verdade sobre a implantação do microchip em seres humanos

Muitos cristãos, inclusive católicos, estão apavorados com a possibilidade de que, em breve, os governos de todo o mundo obriguem os cidadãos a usar microchips sob a pele. Protestantes neopentecostais, sempre “ungidos” com aquele pudê de correta interpretação da Bíblia (aham…) estão garantindo que os chips implantados sob a pele são a concretização dessa profecia do Apocalipse:

"Conseguiu que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, tivessem um sinal na mão direita e na fronte, e que ninguém pudesse comprar ou vender, se não fosse marcado com o nome da Fera, ou o número do seu nome.

Eis aqui a sabedoria! Quem tiver inteligência, calcule o número da Fera, porque é número de um homem, e esse número é seiscentos e sessenta e seis." (Apo 13,16-18)

Vejam a matéria que a TV da Igreja Universal do Reino de Deus preparou sobre o assunto (filme B de terror perde):

Depois dessa dose cavalar e quase suicida de exegese bíblica destrambelhada – ou melhor, de exeJEGUE bíblica –, vamos aos fatos. É possível que, no futuro, todos os cidadãos tenham que usar microchips sob a pele? Sim, é possível. Será algo bom? Será algo ruim? Não sabemos. Por enquanto, como disse Dom Estêvão Bettencourt,do ponto de vista religioso só podemos dizer que o uso dessa tecnologia é algo neutro (Fonte: Revista P&R, Nº 486 – Ano 2002 – p. 496).

Os profetas histéricos anti-chip argumentam que essa tecnologia seria usada por um governo mundial para controlar a vida das pessoas. Isso é bem provável, mas… Meninos, vocês estavam onde quando estourou o escândalo WikiLeaks? Em Marte? Os governos e empresas já têm amplo acesso a cada passo de seus cidadãos e consumidores, pois quase tudo o que fazemos é registrado em nossos computadores pessoais (PCs, smatphones, tablets etc.) e ligações telefônicas. Isso sem falar nas câmeras espalhadas em quase todos os ambientes que frequentamos.

O chip sob a pele, se for implantado em uma escala global, vai somente intensificar uma realidade já bastante ampla: temos muito pouca privacidade e nossos passos são quase todos monitorados e registrados por governos e empresas. Isso é bizarro e preocupante? Sim. Poderá trazer muitos males? Talvez, o tempo dirá. E a Igreja certamente nos alertará, caso necessário.

Mas que fique claro: ninguém será condenado por aderir a um sistema de identificação eletrônico. Podemos ser condenados, isso sim, por aderir a valores e ideologias anticristãs. Isso sim é a verdadeira Marca da Besta, a marca da mundanidade.

A marca da besta dos tempos de João

Os estudiosos do Apocalipse concordam que o número 666 se refere a Nero César, imperador que iniciou uma terrível perseguição contra os cristãos. Sua maldade era tamanha que os cristãos começaram a chama-lo de “besta”. Essa explicação é bastante plausível, pois São João deixa claro que o número da besta é “número de um homem”.

Escrevendo o nome de Nero em letras hebraicas, temos:

N       R      W      N             Q      S      R

50    200     6      50            100   60    200   =  666

Nos tempos do Apóstolo João, os cristãos iam ao mercado, e era constrangedor – e até mesmo perigoso – não ofertar algumas pedras de incenso a alguma das muitas esculturas de deuses pagãos. Se um comerciante cristão tinha uma venda, as pessoas estranhavam o fato de não haver nenhuma imagem de ídolo ali. Tais esculturas estavam presentes em toda a parte, e os cristãos despertavam desconfiança e hostilidades por não prestarem culto a elas.

Portanto, como diz o Apocalipse, as atividades de compra e venda dos cristãos ficavam comprometidas por sua fidelidade ao Evangelho.

Com a desculpa de proteger suas famílias, muitos cristãos começaram a fingir que adoravam os falsos deuses, para evitar problemas. Alguns eram funcionários públicos, e não queriam perder seus cargos e seu prestígio. Muito provavelmente, pensavam consigo mesmos: “Não adoro esses falsos deuses, mas tenho que ceder em algo, para poder sobreviver. Mas em meu coração continuo adorando só a Jesus”. Porém, seu testemunho de idolatria e traição estava dado diante do mundo.

Se o 666 é o número de um homem – representante de um grande poder (no caso, o Império Romano) – receber a marca da besta significa se curvar à idolatria imposta por esse homem, traindo, assim, os valores de sua fé.

Receber a marca da besta, portanto, é adotar os pensamentos da Besta, a sua ideologia (marca na fronte) e praticar as obras que a besta mandar (marca na mão). Não tem nada a ver com fazer tatuagem na mão ou na testa, ou implantar ali um chip.

A marca da besta nos dias de hoje

O Apocalipse, bem diferente do que muitos pensam, não é um livro que fala unicamente sobre o Fim dos Tempos: ele comunica uma mensagem que é sempre atual, pois traz à tona a realidade de perseguição e sofrimento vivida pelos cristãos em todas as épocas.

Tal perseguição se intensifica e se mostra mais feroz de tempos em tempos. Todo poder e tirania que se levanta para tentar aniquilar o povo cristão é uma nova Besta do Apocalipse, assim como Nero o foi.

Em países dominados por ditaduras comunistas e em muitos países de maioria muçulmana vemos correr o sangue dos mártires, sem cessar. No Ocidente a perseguição também é duríssima, mas não fere nem mata o corpo, é pior: ataca e mata a alma. Pela imposição ideológica que se infiltra na nossa cultura, na mídia e nas instituições educacionais, os cristãos sofrem grande pressão para negar Jesus Cristo, pela aceitação dos valores que Jesus e Sua Igreja condenam.

Também a ONU tem feito o seu papel de Anticristo: promove a sexualização infantil, o aborto, a anticoncepção, a aceitação social do casamento gay e a ideologia de gênero. Uma ex-funcionária da ONU, Amparo Medina, já veio a público denunciar que seu trabalho era minar a fé católica e implantar a cultura de anticoncepção e o aborto em todos os países. Ora, quem concorda ou colabora com essa agenda anticristã nada mais faz do que receber em si a Marca da Besta.

Assim age, nos dias de hoje, uma multidão de cristãos: frequentam a Igreja, praticam suas devoções, mas no mundo agem como os pagãos. É o tipo de gente que tem medo de perder o emprego, de ser excluído pelos amigos ou sofrer algum prejuízo por causa de sua fé. E abraçam as ideias do mundo, o espírito do mundo, achando que pode se salvar caminhando em cima do muro. Iludidos! Adoradores da Besta!

A oposição à ideia da implantação universal de microchips sob a pele é bastante válida e razoável. O que não dá é pra cair em delírio protestante e dizer que o chip é a marca da besta.

Fiquem atentos, pois esse alarmismo todo só serve para nos distrair e nos desviar do que deve ser o nosso foco: a nossa conversão diária, a nossa luta contra os nossos pecados, dia após dia. As famílias estão se desfazendo, a castidade é rara, a heresia invade nossos templos, o relativismo impera, a fé cristã esmorece na Europa, o martírio ceifa os cristãos do Oriente… E o povo ainda acha que a ameaça à nossa salvação é um chip?

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Demônio
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