Concretamente, o governo de Atenas propôs um acordo de dois anos com o Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (Mede), o fundo permanente de resgate da Eurozona, a fim de garantir a cobertura plena de suas necessidades de financiamento durante esse período, e ao mesmo tempo uma reestruturação da dívida pública.
O governo criou neste terça-feira uma página na internet específica sobre o referendo: http://www.referendum2015gov.gr/
Rajoy se posiciona
Vários líderes europeus tentaram nesses dias apresentar o referendo sobre a permanência ou não da Grécia na Eurozona como uma chantagem de Atenas.
O governo grego rejeita esse argumento, em um país em que o apoio ao euro é claramente majoritário, e afirma que o objetivo dessa estratégia é enfraquecer o movimento oposto à doutrina de austeridade.
Os líderes da UE "têm medo do avanço de forças como [o partido espanhol de esquerda] Podemos, e querem detê-los", afirmou o ministro grego de Trabalho, Panos Skourletis, em uma entrevista publicada pelo jornal El Mundo.
Nesta terça-feira, o presidente do governo espanhol, o conservador Mariano Rajoy, foi o primeiro mandatário europeu a defender abertamente uma mudança de governo na Grécia.
"Se o referendo for realizado e se Tsipras o perder, isso será bom para a Grécia, porque os gregos terão dito ‘sim, queremos permanecer no euro’, e se poderá negociar com outro governo", afirmou Rajoy em uma entrevista.