Especialistas da ONU cobraram nesta sexta-feira esforços para estancar o fluxo de jovens tunisianos que se juntam às fileiras jihadistas no exterior, estimando que seu número, principalmente na Síria e Líbia, ultrapassa os 5.500.
"O número de combatentes estrangeiros tunisianos é um dos mais altos entre aqueles que viajam para se juntar aos conflitos no exterior, como na Síria e no Iraque", indica em um comunicado Elzbieta Karska, que lidera um grupo de trabalho das Nações Unidas sobre o uso de mercenários.
Este grupo realizou uma visita de oito dias na Tunísia durante a qual se encontrou com "representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário, acadêmicos e representantes da sociedade civil, incluindo as famílias de pessoas que se juntaram a conflitos no exterior".
Durante esta missão, o grupo foi informado "da presença de cerca de 4.000 tunisianos na Síria, entre 1.000 e 1.500 na Líbia, 200 no Iraque, 60 no Mali e 50 no Iêmen. Os 625 que retornaram do Iraque foram levados à justiça", indica o texto.
A Tunísia tem enfrentado desde a sua revolução em janeiro de 2011 um aumento crescente de movimentos jihadistas, responsáveis pela morte de dezenas de policiais e soldados e por dois ataques que mataram 59 turistas em três meses.
O primeiro-ministro Habib Essid afirmou nesta sexta-feira no Parlamento que 15.000 jovens tunisianos foram impedidos de se juntar aos jihadistas em zonas de conflito.
As autoridades tunisinas tinham relatado anteriormente cerca de 12.500 partidas prevenidas e cerca de 500 jovens que retornaram à Tunísia e que estão sendo "vigiados de perto".