O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) divulgou no sábado uma nova gravação do massacre de Tikrit, na qual centenas de soldados, em sua maioria xiitas, foram executados em junho de 2014 nesta cidade do norte do Iraque.
Mais de 1.700 jovens militares, segundo as estimativas mais altas, foram capturados na base militar de Speicher, perto de Tikrit, e executados em vários lugares, incluindo o antigo palácio presidencial da cidade.
A gravação de 22 minutos, publicada em fóruns jihadistas, mistura imagens novas e antigas e mostra centenas de execuções, nova prova da magnitude do massacre.
Certas vítimas imploram aos seus carrascos e tentam explicar que se uniram às forças de segurança recentemente.
As macabras imagens mostram execuções em escala industrial, com homens que caem de caminhões basculantes em fossas comuns, onde são executados um por um.
O massacre prossegue durante a noite e a gravação capta imagens de uma escavadeira utilizada para transferir montes de cadáveres.
Cerca de 600 corpos foram exumados posteriormente pelo governo e pelas forças aliadas após a reconquista de Tikrit, em abril. Mas muitos corpos foram lançados ao Tigre, o rio que passa por Tikrit.
"É uma mensagem dirigida a todo o mundo e em especial aos cães Rafidha, anuncio a nossa chegada", declara na gravação um funcionário não identificado do EI, que utiliza o termo depreciativo em referência aos xiitas.
A gravação foi difundida quatro dias após a condenação por um tribunal de Bagdá de 24 homens à forca pelo massacre de Tikrit.
O processo durou apenas algumas horas e as condenações se basearam principalmente nas confissões dos acusados, obtidas, segundo eles, mediante tortura.