Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 31 Março |
Bem-aventurado Boaventura de Forli
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

Um cientista ateu pode acreditar em milagres?

Miracles – pt

© DR

Aleteia Vaticano - publicado em 15/07/15

Depoimento da cientista ateia cujos estudos permitiram a proclamação da santidade de Margarida d’Youville

Precisando de uma ideia para a esmola quaresmal?

Ajude-nos a difundir a fé na internet! Você poderia fazer uma doação para que possamos continuar criando conteúdos gratuitos e edificantes?

Faça aqui uma doação de Quaresma

“No microscópio, vi uma célula letal de leucemia e tive a certeza de que a paciente a quem tal célula pertencia deveria estar morta”: assim começa o depoimento de Jackie Duffin, a médica canadense que participou como “testemunha cega” no processo de canonização de Santa Margarida d’Youville.

“O fato de esta paciente estar viva 30 anos depois do seu encontro com a leucemia mieloide aguda (LMA) é algo que eu não consigo explicar. Mas ela sim”, afirma a hematóloga.

Em 1986, Duffin examinou algumas amostras de medula óssea sem conhecer sua procedência nem o motivo da pesquisa, que era a comprovação, por parte do Vaticano, de um milagre atribuído à fundadora das Irmãs da Caridade de Montreal.

Por meio dessa revisão, Duffin viu que a paciente havia se submetido à quimioterapia, entrou em remissão, depois teve uma recaída, passou por mais tratamentos e um segundo período de remissão.

“O Vaticano já havia rejeitado que este caso fosse considerado um milagre; seus especialistas afirmavam que a paciente não havia tido uma primeira remissão e uma recaída, mas que uma segunda rodada de tratamento produziu uma única remissão”, explica a reportagem. Esta aparentemente sutil distinção era crucial. Falamos da possibilidade médica de curar na primeira remissão, mas não depois de uma recaída.

“Eu nunca havia ouvido falar de um processo de canonização e não conseguia acreditar que a decisão exigisse tal deliberação científica”, recorda a professora de História da Medicina da Queen’s University.

“Por curiosidade, li a biografia de d’Youville: ela nasceu em Montreal e criou um lar para pobres e pessoas com deficiência, um asilo, um refeitório público e uma ordem de religiosas que fundaram escolas no mundo inteiro – conta. Sua vida certamente parecia exemplar.”

Algum tempo depois, Duffin prestou depoimento sobre seu relatório diante do tribunal eclesiástico; participaram também o médico e a paciente, que explicou como havia pedido a intercessão de d’Youville durante sua recaída.

“Finalmente, recebemos a alegre notícia: d’Youville seria canonizada pelo Papa João Paulo II em 9 de dezembro de 1990”, relata.

“As freiras que promoveram sua causa me convidaram para a cerimônia. No início, hesitei, porque não queria ofendê-las. Sou ateia e meu marido é judeu. No entanto, queriam a presença de nós dois e não poderíamos recusar o privilégio de presenciar o reconhecimento da primeira santa do nosso país”, continuou.

Durante a cerimônia, celebrada na Basílica de São Pedro, a cientista conheceu o Papa João Paulo II: “Foi um momento inesquecível”, comentou.

Em Roma, os postulantes canadenses lhe deram uma cópia da Positio, o testemunho completo do milagre de Ottawa que, entre relatórios, transcrições de testemunhos e artigos, incluía seu relatório: “Um livro que mudou minha vida completamente”.

“A historiadora que há em mim se perguntou quais haviam sido os milagres utilizados para as canonizações no passado – relata. Também eram curas? Que doenças foram curadas? No passado, a ciência médica estava tão envolvida nisso como na atualidade? O que disseram os médicos que serviram de testemunhas?”

Durante 20 anos, esta cientista estudou profundamente tais questões, inclusive com muitas viagens aos arquivos do Vaticano, e publicou dois livros sobre medicina e religião: “Milagres médicos” e “Santos médicos”.

Em “Milagres médicos”, Duffin analisa 1.400 milagres usados em processos de canonização ao longo de 400 anos; em “Santos médicos”, fala do milagre de Margarida d’Youville, bem como do caso dos santos Cosme e Damião, médicos gêmeos assassinados no ano 300.

“A investigação que fiz voltou a trazer à luz histórias dramáticas de recuperação e coragem – afirmou. Revelou notáveis paralelos entre a medicina e a religião, em termos de raciocínio e propósito, e mostrou que a Igreja não desprezou a ciência em suas deliberações sobre os milagres.”

E concluiu: “Mesmo sendo ateia, acredito em milagres, essas coisas maravilhosas que acontecem e para as quais não encontramos explicação científica”.

Tags:
CiênciaMilagreSaúde
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia