A facção egípcia do grupo Estado Islâmico (EI) ameaçou em um vídeo nesta quarta-feira decapitar um croata funcionário de uma sociedade francesa, feito refém no fim de julho, o primeiro estrangeiro sequestrado por jihadistas no Egito desde o começo da insurreição, iniciada há dois anos.
No vídeo divulgado pelos jihadistas, o croata aparece ajoelhado aos pés de um homem encapuzado e com um facão na mão.
Enquanto lê o texto em uma folha de papel, o refém diz que será executado em 48 horas se o governo egípcio não libertar "mulheres muçulmanas" detidas.
O vídeo não informa quando começa a contagem regressiva.
"Tenho 30 anos e sou croata", acrescentou o refém, usando o tradicional uniforme laranja dos prisioneiros do EI.
Ele explica, ainda, que trabalha para o grupo francês de serviços petroleiros CGG no Egito e que foi sequestrado 22 de julho por combatentes do braço egípcio do EI, autodenominado Wilayat Sina (Província do Sinai), para marcar sua submissão ao "califado" autoproclamado pelo EI em parte do Iraque e da Síria.
A chancelaria croata informou à noite que a ministra das Relações Exteriores, Vesna Pusic, viajará ao Egito.
Segundo o jornal croata, Jutarni List, Tomislav Salopek é originário da cidade de Vrpolje, leste da Croácia, e trabalha há oito meses para a companhia francesa. O jornal Vecernji List noticia que antes trabalhava para a mesma empresa na Polônia.
A sociedade Ardiseis, filial da CGG no Egito, confirmou o sequestro de seu funcionário, integrante de uma equipe de análise sísmica, quando estava "em trânsito no Cairo".
Os jihadistas afirmam que se trata de uma represália pela repressão sangrenta contra os seguidores do ex-presidente islamita Mohamed Mursi, destituído pelo Exército em 2013 e substituído por Abdel Fattah al Sissi.