Aleteia logoAleteia logoAleteia
Segunda-feira 29 Maio |
São Paulo VI
Aleteia logo
Religião
separateurCreated with Sketch.

A guarda suíça: um símbolo do cristianismo militante a serviço de Cristo Rei

Cardinale in Vaticano – pt

© Giancarlo GIULIANI / CPP

Aleteia Brasil - publicado em 02/09/15

Conheça a história, curiosidades e declarações do papa Francisco sobre os guardiões da Santa Sé

Desde o dia 22 de janeiro de 1506, a segurança do papa é confiada à Guarda Suíça Pontifícia, que equivale às “forças armadas” da Santa Sé. O famoso corpo de guarda é composto por 5 oficiais, 26 sargentos e cabos e 78 soldados.

História e missão

A Guarda Suíça Pontifícia foi formada a pedido do papa Júlio II, em 1503. Cerca de 150 nobres suíços reconhecidamente corajosos se transferiram a Roma para atender à solicitação de proteção feita pelo pontífice. Na época, a Guarda Suíça era um importante grupo de soldados mercenários que podiam ser contratados pelas potências europeias em troca de pagamento. Desde o século XIX, porém, eles servem apenas à Santa Sé.

Sua missão inclui a guarda do papa durante as visitas de autoridades estrangeiras, o acompanhamento em viagens internacionais e a prestação à paisana de serviços de segurança em eventos multitudinários, quando os guardas se misturam ao povo, mas equipados com armamento variado e com modernos dispositivos de comunicação.

A entrada de novos guardas à corporação acontece no começo de maio, quando os recrutas prestam juramento diante do papa, levantando a mão direita e mantendo abertos os três dedos do meio, em alusão à Santíssima Trindade.

O papa Francisco e os guardas suíços

Em maio de 2015, durante o juramento dos novos soldados, o papa Francisco declarou que a sua relação pessoal com a Guarda Suíça Pontifícia é “uma amizade particular, baseada no amor de Cristo”. Francisco citou o exemplo de Santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas, que tinha sido soldado em sua juventude: quando compôs os Exercícios Espirituais, Santo Inácio falou do “chamado de Cristo Rei” a edificar o seu Reino, um Reino que Cristo quer construir “com a colaboração de pessoas decididas e valentes”.

Santo Inácio compara o mundo com dois acampamentos militares – e somente dois: um tem a bandeira de Cristo; o outro tem a bandeira de Satanás. “Para o cristão, a escolha é clara: a bandeira de Cristo”, enfatiza o papa, complementando: “Um soldado de Cristo participa da vida do seu Senhor. Este é um chamado para vocês também: assumir as preocupações de Cristo, ser companheiros dele”.

O guarda suíço tenta seguir a Cristo, ama a Igreja e é um cristão de fé genuína, declarou Francisco, incentivando-os: “Levem sempre com vocês um pequeno Evangelho para ler nos momentos tranquilos”. O papa também destacou para os soldados a importância da oração pessoal, do rosário e do serviço aos pobres, doentes e necessitados. Por fim, Francisco recordou que os guardas suíços “são um manifesto da Santa Sé”: eles devem testemunhar aos peregrinos o “amor maior” que surge da amizade com Cristo, mediante o seu serviço generoso, profissional e gentil.

Curiosidades

– O inconfundível uniforme dos guardas suíços é feito de malha de cetim nas cores azul-real, amarelo-ouro e vermelho-sangue. O traje teria sido desenhado a Michelangelo, o célebre artista que também pintou o esplêndido teto da Capela Sistina.

– Trata-se do único grupo de soldados particulares que a lei suíça reconhece.

– Só podem fazer parte da Guarda Suíça homens católicos, com diploma profissional ou ensino médio concluído, com idade entre 18 e 30 anos e altura mínima de 1,74m. Não podem ser casados, com exceção dos cabos, sargentos e oficiais. Eles também precisam ter feito treinamento militar no exército suíço, não ter registo criminal e ser de reputação social impecável.

– O tempo de serviço de um membro da Guarda Suíça é normalmente de dois anos, que podem ser renovados até um máximo de vinte.

– A língua oficial da Guarda Suíça é o alemão.

– O lema da Guarda Suíça, em latim, é “Àcriter et fidèliter” (“Com coragem e fidelidade”).

– Seus padroeiros são três: São Martinho, São Sebastião e São Nicolau von Flüe.

– A bandeira da Guarda Suíça contém o emblema pessoal do papa; assim, a corporação é a única do mundo cuja bandeira é alterada com cada novo chefe de Estado.

– A vida cotidiana dos guardas inclui também celebrações litúrgicas, com capela própria onde o capelão do exército pontifício oficia.

– Em setembro de 1943, os nazistas ocuparam Roma e passaram a patrulhar a cidade até a Praça de São Pedro, mas não ousaram invadir o Vaticano. A guarda contava apenas com 60 homens, podendo apenas resistir simbolicamente em caso de ataque. Além disso, o papa Pio XII tinha dado ordens para que a Guarda Suíça não derramasse sangue em sua defesa.

– O primeiro comandante da Guarda Suíça Pontifícia foi Kaspar von Silenen (1506-1517) e o atual é Christoph Graf, nomeado neste ano.

– Em 4 de maio de 1998, o então comandante Alois Estermann, sua esposa Gladys Meza Romero e o vice-cabo Cédric Tornay foram encontrados mortos no apartamento de Estermann. O delito foi atribuído ao vice-cabo Tornay, que tinha sido repreendido por faltas disciplinares e deixado de receber uma medalha habitualmente concedida aos guardas após três anos de serviço. O vice-cabo se suicidou após matar o comandante e sua mulher. O papa João Paulo II celebrou a missa fúnebre de Alois Estermann.

– A Guarda Suíça é responsável pela segurança do papa e dos edifícios pontifícios, mas não do Estado do Vaticano como tal. A Gendarmaria do Estado da Cidade do Vaticano é que se encarrega do policiamento e da segurança da Cidade-Estado, responsabilizando-se pela ordem pública, pelos controles de fronteira e de tráfego, pela investigação criminal e pelas demais funções próprias da polícia.

Tags:
CristianismoVaticano
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia