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Você é jovem ou velho?

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Obvious - publicado em 11/09/15

Não confundir jovem com novo. Jovem é questão interior, de decisão, de consciência. Novas são coisas que ficam velhas com o passar do tempo.

Vivemos em uma balança, pesando tudo ao nosso redor e dentro de nós. Deixamos de ser espontâneos, quando deixamos que a opinião alheia (aquela lógica criada para se viver em sociedade) seja mais forte que nossa própria opinião. E vamos nos perdendo dentro dos detalhes dos pensamentos dos outros. Os nossos? Vão sendo deixados de lado, e nós, muitas vezes vamos deixando de ser nós mesmos, também.

É como se a sociedade tivesse criado uma faixa de tempo na qual fossem inseridos aqueles para os quais quase todos os produtos, sentimentos e sistemas existentes tivessem sido criados e pensados. Todos passamos por essa faixa de idade. Hoje, ela deve estar entre os 12 e 30 e poucos anos. Mas, eu me pergunto: e o restante da vida? E a maioria absoluta da humanidade? Fazer parte dessa faixa etária não quer dizer nada, no fundo, se ela não for bem vivida.

Vejo pessoas quebrando essa lógica criada, como aqueles senhores de cabelos grisalhos que fazem sua corrida todos os dias e são “sarados”. Vejo, também, jovens, muito jovens, parados em lanchonetes “fast food”, muitos já bem acima do peso recomendado para uma boa saúde. Vejo as chamadas senhoras, dos seus quarenta anos, inteligentes, independentes, criativas, apreciadoras das melhores coisas da vida. Vejo jovens garotas, que não gostam sequer de ler um bom livro e curtem passar o dia no cabeleireiro ou coisa assim, dando pouco ou nenhuma atenção à sua formação.

Claro, exite um “abismo” entre as gerações, no sentido de uma possuir a maturidade que só o tempo consegue conceder. Mas, por outro lado, nada justifica o sentimento de “idolatria” ou “narcisismo” intelectual que mutos jovens parecem ter, apenas por não ter vivido tanto ainda(e desconfio, com tristeza, que é um sentimento comum a todos nós, quando estamos nessa faixa etária da vida). Ou o de desrespeito e desconfiança que muitos adultos têm em relação aos jovens.

Há muitos jovens que superam, em muito, muitos adultos, em sua capacidade intelectual e, sobretudo, esclarecimento político, cultural, etc. Esses conseguiram sobreviver às “regras” impostas pela própria sociedade. Uma imposição silenciosa, percebida através das propagandas e alguns programas nas TVs e, agora, até nos cinemas (e convenhamos, ninguém pensa mais em chegar na hora do filme, pois, há tanto comercial antes de começar, que dá para pegar umas três filas enormes para comprar pipoca).

O esporte é um bom exemplo de um instrumento que faz o jovem se sentir quem realmente é. Nem mais, nem menos. A ciência também é.

O que dizer daquelas pessoas de idades diferentes que se apaixonam? Será que o amor tem idade? Será que o prazer o tem idade? Que a paixão tem idade? A alegria, o entusiasmo, a força de vontade, a vontade de viver, a coragem, a saudade, a melancolia, a felicidade, a tristeza, as cores, a fórmula da água que bebemos, a fórmula do ar que respiramos, a generosidade, a solidariedade, o carinho, o afeto, o ódio, a afeição, a fé enfim, tudo o que nos move tem idade?

A pele tem idade. Os ossos têm idade. A cor do cabelo tem idade. Os neurônios têm idade. O corpo físico tem idade. E, dependendo, do cuidado que se dá a ele, pode ser que, por baixo de algumas rugas, ou semi – rugas, exista um jovem, ou uma jovem, de muito mais vitalidade(muito mais) do que por baixo de uma pele com pouquíssima experiência de vida, pouquíssimo contato com os raios ultra V do Sol.

E não, isso não é um consolo para que as pessoas mais velhas se sintam melhores. Nada a ver. Isso é uma breve reflexão sobre padrões. A sabedoria se consegue com a vivência, seja de dor, seja de alegria. Mas, um bom passo para conseguir não se deixar levar por essa lógica criada que nos cerca, é ser jovem cronologicamente, mas ter opinião própria e enxergar além das aparências desde cedo. Porque se perde um tempo precioso demais ao não se fazer isso, até que um dia se acorda fora da tão falada faixa etária.

E os conflitos internos são tão cruéis que fazem muitos achar que tudo “já era”. Que é hora de ficar parado olhando a vida passar. Ou de imitar uma imagem muito forte que circula por aí: a de um animal preso com uma corda pelo pescoço a uma estaca no chão que o mínimo esforço o faria livre mas, por condicionamento, ele perdeu a capacidade de perceber isso.

Não se deixe levar por esse pensamento. A vida só acaba quando ela acaba. Quando? Só Deus sabe. Enquanto isso, corra, lute, vença, feche os ouvidos àquelas vozes que querem que você pare. Você está vivo. Não deixe morrer o jovem que há em você. Mesmo que sua pele, no espelho, lhe diga o contrário. A vida é sua. É curta. É dom maior. Não a desperdice acreditando que ela já passou. Ela está aí. Viva!!!

(Fonte: Obvius)

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