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Até quando esperar?

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Obvious - publicado em 15/09/15
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Esperamos muitas coisas, mas às vezes acabamos não agindo nem criando oportunidades que nos possibilitem receber o melhor em nossas vidasFaz parte da natureza humana planejar o futuro, nele projetando uma vida de sucesso no amor, no trabalho, na vida em família e em sociedade, ou seja, sempre estamos sonhando com o melhor que a vida possa vir a nos reservar.

Inegavelmente, o objetivo de todos nós é a felicidade em todos os setores de nossas vidas e, mesmo que priorizemos determinados aspectos, o que importa é ser feliz.
Nessa construção de um amanhã cada vez melhor, entretanto, às vezes idealizamos exageradamente, sem ao menos ponderar as limitações que não nos permitiriam a concretização absoluta de tudo aquilo por que ansiamos.

Sonhar é preciso, não nos custa nada, mas é necessário que nossas idealizações sejam acompanhadas por uma visão crítica e coerente das reais possibilidades de nossos sonhos se realizarem de fato, ou estaremos fadados a decepções cada vez mais recorrentes, o que poderá nos custar a estagnação e a desistência diante dos caminhos que nunca serão fáceis.

Esperamos por uma oportunidade que nos reinvente, por uma palavra que nos conforte, por um alguém que nos entenda, por uma paixão fulminante, por um amor duradouro, por um sorriso sincero. Esperamos pela promoção que não se realiza, pela resposta que nunca chega, pela gratidão que não volta, pelos olhares que não nos encontram, pelos lábios que não nos procuram, pelas mãos que não nos tocam, pelo telefonema que permanece mudo.

E, muitas vezes estagnados nessa espera passiva e interminável, perdidos em meio a ilusões exacerbadas, acabamos não agindo nem criando oportunidades que nos possibilitem receber o melhor em nossas vidas.

Tão somente sonhar e desejar não basta, pois raramente a vida nos concede ganhos em troca de nada. Merecemos, sim, a felicidade, mas temos que fazer por merecê-la, temos que nos tornar sujeitos protagonistas de nossas histórias, caso almejemos finais felizes, uma vez que não poderemos contar com fadas-madrinhas na vida real, quiçá com familiares e amigos que sempre estarão ao nosso lado.

Da mesma forma, é preciso que dimensionemos nossas expectativas de acordo com as possibilidades ao nosso dispor. Passar o dia contrariado atrás de um balcão, por exemplo, ansiando pelo fim do expediente, para então ficar em frente à novela das oito e dormir, não ajudará na conquista de sonho algum, seja qual for ele.

É preciso preparar-se para tudo o que a vida nos oferecerá, tanto as alegrias quanto as dores. Quanto mais conscientes estivermos de que temos o direito de desejar o melhor, desde que também estejamos oferecendo o nosso melhor, mais preparados estaremos para receber tudo o que a vida nos reserva, de forma a sorver plenamente os seus prazeres e lidar seguramente com seus dissabores.

Sonhar é bom, é ótimo, mas é necessário manter os olhos bem abertos, ou nos perderemos em nossos devaneios, enquanto a vida passa lá fora. Saber discernir nossas limitações com lucidez e maturidade, gastando nossas energias na superação dos entraves que temos chances reais de ultrapassar, bem como filtrar nossas expectativas, mantendo conosco os sonhos que nos aproximam de pessoas com quem vale a pena conviver, por quem vale a pena se apaixonar, irá nos poupar de sofrimentos desnecessários.

É preciso buscar a felicidade, mantê-la acesa dentro de nós, mas alimentando as esperanças que nos tornarão pessoas melhores e lutando por aquilo que jamais nos machucará. O propósito de ser feliz nunca deverá ser maior do que nossa dignidade junto de quem transpira amor verdadeiro e sincero, para que não nos lancemos à espera de algo que talvez até já esteja ao nosso lado ou dentro de nós, sem que tenhamos nos dado conta.

Porque a felicidade já nasce conosco; nós é que muitas vezes teimamos em deixá-la escapar de nossas mãos. Então esperemos, mas esperemos com vida, lucidez e com verdade, jamais deixando de respirar essa luz tão nossa e que nos torna únicos e especiais em nossa jornada de amor e de esperança.

(Fonte: Obvius)