A canonização que não agradou a grupos de indígenas norte-americanos– O frei Junípero Serra já foi considerado o “herói evangelizador” da Califórnia, mas, na segunda metade do século XX, passou a ser tachado por alguns de “malfeitor dos indígenas”.
– O frade era espanhol e ocupava uma cátedra como professor na ilha de Mallorca, de onde resolveu partir como missionário para a então periférica região da Califórnia.
– Frei Junípero enfrentou permanentes conflitos com os governadores militares e com os pioneiros colonizadores da América do Norte, que cometiam abusos contra os índios.
– Ele intercedeu pelos indígenas mediante o histórico documento “Representação”, considerado uma espécie de declaração dos direitos indígenas.
– O missionário tinha a convicção íntima de que a evangelização poderia ajudar os índios contra as ambições dos colonos e governantes. Com esta visão, ele criou nove missões onde não apenas explicava o Evangelho, mas também ensinava técnicas de agricultura, pecuária e produção artesanal.
– Com os movimentos sociais e de combate ao racismo que surgiram na metade do século XX, frei Junípero sofreu uma campanha de difamação em que foi acusado de racista, embora tenha se dedicado até a morte à defesa dos povos indígenas.
– Frei Junípero foi canonizado pelo papa Francisco mediante a dispensa da habitual necessidade de comprovação de um milagre, devido ao seu testemunho missionário de santidade.
– Frei Junípero é representado no Capitólio, em Washington, com uma estátua junto às dos “Founding Fathers”, os “pais da pátria” norte-americana.
– O novo santo é primeiro de origem hispânica nos Estados Unidos.