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Papa pede a imigrantes que ‘não desanimem, nem se envergonhem’

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Agências de Notícias - publicado em 27/09/15

Muitos imigrantes latino-americanos pensam que o papa mudou a direção do debate sobre a reforma migratória nos Estados Unidos

O papa Francisco pediu neste sábado aos imigrantes que “não desanimem” e “não se envergonhem nunca”, em uma forte mensagem simbólica no berço da independência dos Estados Unidos na Filadélfia, última etapa de sua visita ao país.

Dezenas de milhares de pessoas, a imensa maioria latinas se concentraram na Independence Mall para ver e ouvir o primeiro papa do continente americano, que se dirigiu à multidão em espanhol.

“Muitos de vocês emigraram para este país com um grande custo pessoal, mas com a esperança de construir uma nova vida. Não desanimem pelas dificuldades que tiverem que enfrentar”, disse Francisco, recebido com uma ovação e beijando crianças e bebês que se aproximavam dele no papamóvel.

“Peço-lhes que não esqueçam que, assim como os que chegaram aqui antes, vocês trazem muitos dons à sua nova nação. Por favor, não se envergonhem nunca de suas tradições”, acrescentou no lugar onde foi declarada a independência americana, em 1776.

“Repito, não se envergonhem daquilo que é parte essencial de vocês. Também são chamados a ser cidadãos responsáveis e contribuir proveitosamente para a vida das comunidades em que vivem”, insistiu.

Do local onde se “proclamou que todos os homens e mulheres fossem criados como iguais”, Francisco enviou, ainda, uma forte mensagem a favor da liberdade religiosa, um “direito fundamental” para “interagir social e pessoalmente” com os próximos.

Muitos imigrantes latino-americanos pensam que o papa mudou a direção do debate sobre a reforma migratória nos Estados Unidos.

“O papa pode interceder para ajudar os imigrantes e frear as deportações”, disse à AFP Marta Domínguez, uma mexicana que mora em Norristown (32 km ao norte da Filadélfia), que esteve no Independence Hall.

Francisco encerrava o dia com uma participação no VII Encontro Mundial das Famílias, no Benjamin Franklin Parkway, onde se espera uma concentração de até 1,5 milhão de pessoas.

Chamado aos leigos

O papa chegou no sábado à Filadélfia, vindo de Nova York e sua primeira atividade foi uma missa na basílica de São Paulo, na qual pediu um papel mais importante dos laicos e das mulheres na Igreja.

“Sabemos que o futuro da Igreja, em uma sociedade que muda rapidamente, exige desde agora uma participação dos laicos muito mais ativa”, ressaltou o pontífice na Basílica de São Pedro e São Paulo.

“Nosso objetivo hoje é construir sobre esses cimentos sólidos e fomentar um sentido de colaboração e responsabilidade compartilhada no planejamento do futuro de nossas paróquias”, indicou Francisco, que chegou na Filadélfia às 9H45 (10H45 no horário de Brasília) procedente de Nova York.

Dezenas de fiéis passaram a noite na basílica para ver Francisco, o primeiro pontífices das Américas. “Queria fazer parte desta celebração da família”, declarou à AFP Luis Ortiz, de 42 anos, que chegou com seus onze filhos.

Víctor Vega e Carmen Mora, que viajaram da Costa Rica, esperam que “o papa interceda por nossas necessidades”.

A defesa de uma presença maior dos laicos na Igreja “não significa renunciar à autoridade espiritual que nos foi confiada”, disse o pontífice.

Para Francisco, a missão dos laicos não é substituir os sacerdotes e, neste contexto, as mulheres também não devem ter acesso ao sacerdócio.

Banho de multidões

O Papa se despede dos Estados Unidos neste domingo, com a missa de encerramento do Encontro Mundial das Famílias, após uma reunião com os bispos americanos e uma visita a um centro correcional para jovens com entre 18 e 21 anos.

Desde sua chegada a Washington, que incluiu uma visita na quarta-feira ao presidente Barack Obama na Casa Branca e um discurso inédito na quinta-feira ante as duas casas do Congresso, Francisco atraiu verdadeiras multidões.

Na sexta-feira, o Papa comoveu e espantou Nova York em um dia inesquecível, que incluiu um encontro no Central Park, uma forte mensagem na ONU contra a opressão financeira aos países em desenvolvimento e visitas ao Memorial do 11 de Setembro e a uma escola.

Francisco disse adeus à Big Apple com uma missa para 20.000 pessoas no famoso Madison Square Garden.

Tratado como uma estrela do rock, o Papa se manteve firme em seus princípios de humildade e proximidade com os setores mais vulneráveis, despertando a admiração de autoridades de todos os setores políticos, imprensa e até mesmo não-católicos.

Deslocando-se em um pequeno Fiat 500, recusando-se a usar veículos grandes ou luxuosos, almoçando com os sem-teto em Washington ou visitando crianças e famílias imigrantes no bairro do Harlem, em Nova York, a mensagem tem sido a mesma.

(Com AFP)

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