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Confiar e perseverar

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Projeções de Fé - publicado em 02/10/15

"Maze Runner: Prova de fogo" - uma reflexão à luz da fé

Sinopse:Após escapar do labirinto, Thomas (Dylan O’Brien) e os garotos que o acompanharam em sua fuga da Clareira precisam agora lidar com uma realidade bem diferente: a superfície da Terra foi queimada pelo sol e eles precisam lidar com criaturas disformes chamadas Cranks, que desejam devorá-los vivos.

Atenção! Contém spoilers!

O Labirinto foi apenas o começo. Maze Runner, a adaptação da obra de James Dashner, está de volta! Um ano após iniciar muito bem com o sucesso do primeiro filme, chega aos cinemas a sequência de uma das melhores franquias adolescente da atualidade; e, ao contrário do que se possa pensar, o ser “para adolescentes” não é um demérito.

Maze Runner tem um público-alvo bem definido – até o cenário, em certos aspectos: lembra muito filmes como Jogos Vorazes, Divergente, etc -, personagens que representam bem as dúvidas e fragilidades da juventude, mas que precisam tomar decisões difíceis ao longo de sua jornada pela sobrevivência, e um ritmo próprio de filmes de ação, com diálogos rasos e muita correria. No entanto, Maze Runner: Prova de Fogo está longe de ser mais um daqueles filmes bobos que insistem em romances piegas e enrolações de roteiro que cansam outros tipos de público.

O filme pode ser divertido para qualquer pessoa e apresenta um roteiro mais amadurecido do que o primeiro. Dessa vez, as coisas estão ainda piores para Thomas (Dylan O´brien) – cuja liderança cresce consideravelmente ao longo dos acontecimentos – e seus companheiros, que, perseguidos pelo CRUEL, têm como única solução fugir para o deserto. Aliás, as cenas no deserto são as de maior destaque. O diretor Wes Ball, juntamente com a boa trilha sonora de John Paesano, conseguiram imprimir um ritmo alucinante na fuga do início e um clima pesado quando os personagens estão sob o calor intenso num mar de areia sem fim.

O maior destaque fica, no entanto, para o enaltecimento dos valores da confiança e da perseverança. O filme é um retrato da juventude do nosso tempo, uma geração que acredita ter forças para transformar o mundo, mas que fraqueja ante todo tipo manipulação, desvio, vício e pecado. Thomas é o símbolo do líder gerado pela necessidade de ajudar aqueles em quem confia, cuja missão é, inevitavelmente, “abrir uma via pelo deserto” (Is 43, 19).

Perseguido e, mais adiante, traído, Thomas também se torna o referencial de perseverança para seus companheiros. Em determinada cena, indagado se não deveria fugir, ele responde: “Estou cansado de correr”. Eis o grande salto de crescimento do personagem. Quando há perseverança, fugir é a pior opção! Como diz São Tiago em sua carta: “E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem que lhes falte coisa alguma.” (Tg 1, 4)

O Papa Francisco, em discurso proferido aos voluntários da JMJ no Brasil, pediu para que os jovens lutem contra toda manipulação de nossa cultura que distorce os verdadeiros ideais da juventude:

“Na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, “para sempre”, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso eu peço que vocês sejam revolucionários, eu peço que vocês vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. E também tenham a coragem de ser felizes!”

Maze Runner: Prova de Fogo – assim como o primeiro – é, sem dúvida, um bom filme, divertido e de valor moral consideravelmente significativo.

(Projeções de fé)

Tags:
CinemaVirtudes
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