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Uma prostituta e uma idosa miserável: elas estão entre as principais benfeitoras da célebre Catedral de Milão

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Credere - publicado em 16/10/15

E suas histórias são verdadeiras parábolas da misericórdia de Deus

A construção de uma catedral na Idade Média era um empreendimento que envolvia o povo inteiro de uma cidade. Todos, sem exceção, participavam da elevação de um monumento que desse glória a Deus e prestígio à localidade. Foi assim também com o célebre “Duomo” de Milão, a emblemática catedral da grande cidade italiana.

Uma senhora idosa e muitíssimo pobre, Caterina di Abbiateguazzone, ofereceu com esforço o maior trabalho que podia fazer: limpar e transportar as pedras no canteiro de obras. Certa manhã, ela doou ao óbolo da catedral toda a parca poupança que tinha conseguido juntar na vida. Quando os cônegos perceberam seu gesto, ficaram comovidos e lhe devolveram todo o dinheiro com juros, para que a pobre idosa pudesse fazer a sua tão sonhada peregrinação a Roma, intensamente desejada por ela fazia tantos anos.

Entre os benfeitores da catedral milanesa que entraram para a história, também estava Marta de Codevachi. Ela era prostituta. Em Milão, era conhecida como Donona. A prostituição a tinha tornado rica, mas, em certo momento da vida, Marta se arrependeu e decidiu mudar. Foi quando ela se tornou benfeitora dos pobres e adotou Venturina, uma menina abandonada na chamada “roda dos enjeitados”.

Em 1394, Marta ficou gravemente doente. Seus pensamentos se voltaram a Nossa Senhora e à nova igreja que estava sendo erguida em sua honra no centro da cidade. Ela chamou o notário e destinou à Fabbrica del Duomo, que era o canteiro de obras da catedral, todas as suas posses, com a ressalva de que os oficiais cuidassem bem de Venturina e ajudassem sua amiga Margherita a se casar. Margherita era conhecida no bordel como Novella de Mandello; a ela, Marta deixava um generoso dote para recomeçar a vida de modo “casto e honesto”. Pouco depois, Marta morreu e a Fabbrica del Duomo lhe organizou um nobre funeral, em que a longa procissão acompanhava o caixão pelas mesmas ruas em que, tempos antes, ela vendera “amores profanos”. Entre os documentos da catedral de Milão ainda se encontram as intenções de missa de sufrágio pela alma de Marta.

As histórias de Caterina e Donona são perfeitas parábolas da misericórdia, que, através da Igreja, Deus nos conta de tempos em tempos. Todos nós, afinal, junto com São Paulo, podemos chegar a declarar um dia: “Eu fui um blasfemo, mas, onde o pecado abundou, a graça superabundou”.

E nós próprios podemos nos erguer como catedrais em honra e glória de nosso Deus Misericórdia e Amor!

Quanto ao “Duomo di Milano”, veja um pouco do resultado da fé de tantos pecadores que confiaram na Misericórdia:

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